MANCHESTER: PROTOCOLO DE 48 MILHÕES DE REAIS SÓ PARA MINAS GERAIS.

O protocolo de Manchester está provocando curiosidade. A Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais está treinando médicos e enferemeiros para operar esse expediente, ou conjunto de procedimentos de triagem e encaminhamento, nos serviços hospitalares do Estado. O público-alvo desse protocolo será composto por usuários do Sistema Público de Saúde que demandam serviços que fazem pronto-atendimento e atendem a urgências e emergências. Os resultados disso a médio e longo prazo? A conferir.

Ao acessar um mecanismo de busca pela Internet para obter alguma informação sobre o protocolo de Manchester, todas as primeiras indicações de links referem-se a sites de Minas Gerais e de Portugal. É possível saber, ainda sem abrir os links, que o hospital João XXIII, de Belo Horizonte, foi o primeiro a usar esse expediente.

Também podemos descobrir que o Governo do Estado de Minas Gerais comprou um software de 48 milhões, de uma empresa portuguesa, pelo tal protocolo de Manchester.

Curiosamente, na mesma pesquisa, não podemos encontrar qualquer relação entre a cidade inglesa do mesmo nome e o tal protocolo. Se é que há qualquer relação, ela não é importante. Se já foi importante, hoje não existe. No Brasil todas as referências ao protocolo são provenientes de Minas Gerais.

Abaixo transcrevemos a notícia do site GESTÃO PÚBLICA.

Entrevista – Secretaria de Estado da Saúde responde ao Gestão Pública sobre Software de R$ 48 milhões
17/07/2008

Um projeto da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais começa a ser aplicado efetivamente, e vem causando certa estranheza. A empresa portuguesa Alert Life Sciences Computing vendeu para o estado, um software que deverá ser implantado até 2010, com a finalidade de determinar a prioridade para o atendimento de urgências no Hospital do Pronto Socorro João XXIII, conhecido como o maior e mais experiente centro de politraumatismo da América Latina. O valor da negociação é de R$ 48 milhões. O software vai permitir que o HPS processe as rotinas ditadas pelo ‘Protocolo de Manchester’. Alguns especialistas em saúde e até mesmo em sistemas de informação não entenderam porque a Secretaria foi buscar em Portugal a solução negociada. O Gestão Pública procurou a Secretaria de Estado da Saúde, que por meio de sua assessoria de imprensa, nos concedeu a seguinte entrevista.

Gestão Pública) Por que a escolha pelo software de uma empresa portuguesa (Alert Life Sciences)? Não há nenhuma empresa brasileira que preste este tipo de serviço? Houve licitação para a escolha? Se sim, quando ocorreu?

R: As experiências bem sucedidas demonstram que a adoção da Classificação de Risco é uma mudança para melhor na cultura do tratamento das urgências. Isto justifica a escolha do protocolo, que foi aplicado pela primeira vez em 1997, na cidade britânica de Manchester. Esta triagem foi rapidamente implementada em vários hospitais do Reino Unido. Em Portugal, são poucos os hospitais que ainda não utilizam este sistema de triagem, que já está sendo empregado em outros países da Europa, como Espanha, Holanda, Alemanha e Suécia. O sistema de triagem de Manchester é apoiado pelo Ministério da Saúde, Ordem dos Médicos e Ordem dos Enfermeiros.

Não houve licitação na escolha da empresa portuguesa Alert Lifa Sciences porque são eles que detêm a patente do programa em língua portuguesa. O Brasil não poderia criar um outro programa em português por causa dos direitos da empresa. E por afinidade lingüística, escolhemos o grupo e não um outro.

GP) O HPS do João XXII é considerado o maior e melhor em politraumatismo da América Latina. Por que o gasto com um equipamento para verificar aquilo que é considerado já muito eficiente?

R: Os serviços irão continuar com a mesma qualidade. O que mudará é a forma de atender o paciente que chega ao hospital em busca de atenção. Antes as pessoas eram atendidas, como, aliás, acontece em todos os hospitais que atendem pelo SUS, por ordem de chegada. Agora, com o novo sistema serão atendidos os que realmente estão mais precisando de atendimento urgente e não aquele que chegou primeiro.

O hospital terá agora uma sala de triagem onde uma equipe de 40 profissionais treinados, trabalhará em dupla fazendo uma triagem dos pacientes. Determinando através de uma pulseira que indica por uma cor qual o grau de gravidade do paciente e quanto tempo ele pode esperar.

“Uma forma mais objetiva e rápida de identificar os pacientes que precisam ser atendidos com prioridade na urgência, o protocolo de Manchester utiliza-se de uma escala de cores que identifica o real grau da urgência e o quanto pode esperar. A escala vai do vermelho (casos em que o paciente entrará de imediato no balcão de atendimento) ao azul (casos não urgentes, que serão enviados a outros serviços)”, destacou o coordenador Estadual de Urgência e Emergência da SES/MG e presidente do Grupo Brasileiro de Classificação de Risco, Welfane Cordeiro Júnior.

Segundo Antônio Carlos Barros Martins, diretor geral do Hospital João XXIII, os novos gastos do Hospital com o novo protocolo de atendimento serão transformados futuramente em uma economia. Isto porque muitas vezes chegam ao hospital pacientes que poderiam ser atendidos em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e nas próprias Unidades de Saúde da Família (UBS). Com o tempo as pessoas perceberão que o Hospital é destinado principalmente aos atendimentos mais complicados, ou seja, procedimentos terciários que exigem, como você falou, uma estrutura excelente. Assim com o tempo a comunidade reconhecerá novos caminhos e irá desafogar o hospital de atendimentos que não precisam ser atendidos ali. Não que procedimentos simples não serão mais atendidos, o que acontecerá é que o protocolo priorizando os atendimentos urgentes criará com o tempo uma cultura nova que identifica no João XXIII uma unidade de especialidades complexas e nos outras unidades como locais para procedimentos mais simples. O João XXIII poderá assim transferir os recursos utilizados para atendimentos simples para os outros.

GP) O valor desta negociação chega a R$ 48 milhões, de acordo com o próprio site da Secretaria de Estado de Saúde. Não se trata de um valor considerado alto para um software, apenas? Ou nesta negociação estão previstos outros benefícios? Se sim, quais? Quais hospitais receberão tal equipamento?

R: Até 2010 o protocolo será aplicado em todo o estado. Inicialmente, estamos com um projeto piloto na região Metropolitana e na Região Norte do estado. O intuito é criar uma rede de atendimento por classificação de risco integrada em todo Minas Gerais.

Além do direito de utilização do software, o grupo realizou a capacitação dos profissionais envolvidos. Durante o primeiro treinamento, que foi ministrado pelo Grupo Português de Triagem, foram formados 40 profissionais. O Grupo Português escolheu, durante o curso, os melhores alunos para serem multiplicadores. Serão eles, que em outro momento, transmitirão para outros profissionais o que foi aprendido no curso; ampliando assim a rede de acolhimento por Classificação de Risco a outras regiões e fortalecendo a rede.

Como já foi explicado, todo o hospital que atende pelo SUS em Minas usarão o protocolo. Ele já está sendo utilizado na região metropolitana no Hospital João XXIII, no Hospital Odilon Behrems, no Hospital das Clínicas. Os hospitais da Macro Norte são Santa Casa, Aroldo Tourinho e Clemente Faria de Montes Claros e a Fundajan de Janaúba.


GP) Desde quando o software começou a funcionar? Está funcionando em sua total capacidade?

R: O Software será aplicado em todo o estado. Ainda estamos funcionando apenas na região metropolitana de Belo Horizonte e na região Norte. Até 2010 ele estará funcionando de forma integrada em todo o estado, possibilitando uma rede mais eficiente e mais humana de atendimento. Para isso é preciso que a rede avance respeitando a realidade de cada região.

Oficialmente, o primeiro Hospital a utilizar o protocolo é o João XXIII. Mas no mesmo dia o Hospital das Clínicas também começou a atender com o protocolo de Manchester.

http://www.gestaopublicainterativa.com.br/ver_noticia.php?codigo=825

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Comentários

  • LÍVIA OLIVEIRA DE BARROS  On 18 -setembro- 2013 at 10:44 am

    Sou enfermeira de um município de Minas Gerais e gostaria de saber, sobre o programa de Manchester, tem um recurso, e este recurso , a verba que chega para o município , deve ser aplicado em profissionais, como médico e enfermeiro, quem e como deve ser contratado esses profissionais?

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  • Paulo Melo  On 5 -fevereiro- 2012 at 6:55 pm

    Recentimente o Prefeito e o Vice-prefeito de Unaí começaram a papagaiar que estão adotando o Protocolo de Manchester. Parece que eles acharam bonito o nome ou tem roubalheira por tras desse embusti. Aqui em Unaí falta médicos e muitops outros profissionais na saúde, além dos grandes esquemas de setoriazação dos serviços para vereadores e para pré-candidatos a vereador. Acesse e veja a manipulação. Estou fazendo parte do conselho Municipal de Saúde e neste dia 7 de fevereiro vamos discutir o assunto.
    http://paulomelounai.blogspot.com/#!/2012/02/saude-publica-de-unai-caso-de-policia-e.html
    Paulo Melo unaí/Mg 99498402 vivo

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  • Valeria Baptista  On 30 -outubro- 2011 at 1:45 am

    Se o governo investiu 48 milhões de reais no protocolo de manchester ; porque alguns hospitais publicos de Minas Gerais que atende urgencia e emergencia credenciada no PRO-HOSP tem que pagar 100 mil reais para adquirir o sofwere ??? alem de ser meta do PRO-HOSP, estar na resolução 2838, 2132, 2944… não é uma linguagem única para urgencia e emergencia adotado pelo estado???

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  • marilia almeida silveira  On 17 -outubro- 2011 at 5:55 pm

    onde posso fazer o curso de manchester sou enfermeira

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  • silvia  On 28 -junho- 2011 at 10:20 am

    Gostaria de saber onde posso conseguir o curso para fazer, sou enfermeira.
    Obrigado

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  • fabiana  On 4 -junho- 2011 at 6:36 pm

    olá eu sou enfermeira da Bahia e gostaria de fazer esse progeto o que eu devo fazer?

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  • Robson  On 2 -junho- 2011 at 10:11 am

    Caros colegas! Claro que foi um golpe eleitoreiro, de novo. E os equipamentos? Se não temos nem médico, com uma tabela de procedimentos completamente atrasada e fora da realidade. Isso é a famosa carroça na frente dos bois, se nossa atenção básica ainda engatinha, nossa média complexidade caindo pelas tabelas e alta complexidade limitadíssima. Mas são só 48 Milhões, nada que não eleja alguns deputados e senadores..

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  • SANDRA PARREIRAS DE SOUZA  On 1 -maio- 2011 at 1:09 pm

    ONDE FAZER o curso Protocolo de manchester em
    Belo Horizonte

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  • Débora  On 2 -abril- 2011 at 9:39 am

    Bbom dia! Gostaria de saber onde realizo o protocollo de manchester sem estar vinculada a uma instituição que oferece. Grata

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  • jorge  On 31 -março- 2011 at 11:56 pm

    Olá curso graduação na Uniban em Osasco SP gostaria de receber algons materias artigos e outros sobre o protocolo de manchester tenho curiosidade de saber como fuciona porque quero fazer o TCC sobre o protocolo obrigado.

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  • helga caires  On 16 -março- 2011 at 12:04 am

    Gostaria de saber onde posso fazer o curso do protocolo de Manchester em Belo Horizonte ou Montes Claros MG. Obrigada!! Aguardo contato!!

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  • cristiane  On 19 -janeiro- 2011 at 3:12 pm

    Gostaria de saber onde vai acontecer a capacitação de profissionais para o protocolo de manchester .Existe um interesse enorme de muitas pessas em fazer a capacitação, só que não estamos encontrando. Obrigada!

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  • Josiane Fernandes  On 15 -janeiro- 2011 at 8:54 pm

    Boa noite, gostaria de saber onde posso fazer o curso do protocolo de Manchester em Belo Horizonte ou alguma região próxima. Preciso urgente. Obrigada, aguardo contato.

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  • Danielle  On 12 -janeiro- 2011 at 4:03 pm

    Boa noite, gostaria de fazer o curso de manchester em Belo Horizonte. Onde devo procurar?

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  • lindomar  On 22 -dezembro- 2010 at 8:08 am

    Quando começarão as investigações e as prisões dos envolvidos nesse processo de compra absurdo, sem licitação, de um simples sistema de informática.

    Se o protocolo fosse tão bom assim, porque apenas uma empresa de Portugal o implementaria? Muito estranho!

    A aplicação do protocolo não teve resultado positivo para o cidadão.
    Já passou da hora desse dinheiro voltar para os cofres públicos e dos “in”gestores serem processados.
    Já se passaram anos e anos, e só encontramos notícias negativas sobre a aplicação desse protocolo. A ineficiência dele está gritante e na nossa cara.

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  • medicos uberlandia  On 9 -dezembro- 2010 at 7:16 pm

    EM UBERLANDIA O ABSURDO É AINDA MAIOR: COMO SOMOS MUITO “BEM GERIDOS” NA SMS O PROTOCOLO DE MANCHESTER FOI IMPLANTADO NOS PSFs ISTO MESMO, PROGRAMA SAUDE DA FAMILIA, AQUELE DA PROMOÇÃO DA SAUDE.
    AH, E A DESPEITO DA AVALIAÇÃO DO PACIENTE, JA VI UM AZUL, SEM URGENCIA, TRIADO POR UMA ENFERMEIRA, CAIR DURINHO NA MINHA FRENTE, NUM PLANTAO DE UAI. O TROÇO NAO AFERE PA É MOLE? E ALGUNS PROFISSIONAIS NAO MEDICOS FAZEM APENAS O QUE ESTÁ ESCRITO…

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  • medicosuberlandia  On 8 -novembro- 2010 at 10:23 pm

    esse protocolo ajuda mas nao é tudo. para se ter ideia em Uberlandia se faz isso em PSF!!! Vou repetir: PSF em uberlandia faz o protocolo de Manchester!!!! e eu ja vi muito paciente azul ser laranja e a enfermeira classificar errado. Inclusive um morreu esses dias: iam.

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  • cecilia maria  On 6 -novembro- 2010 at 9:32 pm

    Li alguns comentarios,sei que aqui no Espirito santo
    Vitoria,a prefeitura tem dado esse curso Protocolo de
    Manchester so para os que estão trabalhando,eu estou ha 2 anos desmpregado me formei em 2008,a minha monografia vai ser a esse respeito.Por favor gostaria de saber ONDE FAZER o curso Protocolo de manchester em
    Belo Horizonte,como faço para fazer,moro em Guarapari
    ES,aguardo resposta,Obrigado.

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  • Tisa Gonze  On 14 -outubro- 2010 at 9:33 pm

    Boa noite, gostaria de saber como e onde posso fazer a capacitação para triagista do protocolo de Manchester, preciso saber com urgência, obrigado Tisa

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  • MARLI CRISTINA  On 22 -setembro- 2010 at 12:21 pm

    gostaria de fazer o curso de mancheter. como e onde devo ir

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  • valdirene neves do nascimento  On 20 -setembro- 2010 at 12:28 pm

    boa tarde gostaria de saber onde posso fazer o curso do protocolo de manchester e so o protocolo
    obrigoda………..

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  • Marcellly  On 17 -setembro- 2010 at 1:03 am

    Por essa razão quando assisto aos programas eleitorais não vejo diferença entre Tiririca e os atuais governantes.Isso e revoltante gastos do dinheiro público sem planejamento.Esse e o nosso Brasil

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  • Saulo  On 8 -setembro- 2010 at 9:10 pm

    Gostaria de saber se existe alguma investigação em curso sobre essa contratação absurda de uma empresa estrangeira, sem licitação.
    No Brasil existem inúmeras empresas com sistemas de alto nível que poderiam facilmente ser utilizados para classificação de risco.
    Os governantes parecem gostar de LAVAR DINHEIRO PÚBLICO no exterior.
    Vamos votar contra essa palhaçada que foi feita com o dinheiro do povo.

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  • Vânia  On 7 -setembro- 2010 at 5:50 pm

    BOA NOITE!
    GOSTARIA DE SABER ONDE POSSO FAZER ESTE PROTOCOLO DE MANCHESTER?
    MUITO OBRIGADO!

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  • MARIA APARECIDA  On 1 -setembro- 2010 at 9:15 pm

    BOA NOITE!
    GOSTARIA DE SABER ONDE POSSO FAZER ESTE PROTOCOLO DE MANCHESTER?
    MUITO OBRIGADO!

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  • Atos da silva  On 27 -agosto- 2010 at 5:45 pm

    gostaria que se pudessem enviar pelo e-mail quais os procedimentos e as leis para a implantação do procedimento de manchester pelos hospitais.
    Obrigado

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  • angela  On 1 -agosto- 2010 at 8:35 am

    Quero dizer que logo o brasileiro pela sobrevivencia saberá dizer se a dor dele é leve,moderada ou severa.

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  • Angela  On 31 -julho- 2010 at 8:00 pm

    O brasileiro por sobrevivencia logo aprenderá saber se dor leve seu tempo é outro dor moderna é outra severa passe direto.

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  • Angela  On 31 -julho- 2010 at 7:58 pm

    O mais triste que é um curso de atualização faz uma prova,alguns recebem a apostilhas outras não,como que a internet todos tem os mesmos acessos,bastam procurar não passa o enfermeiro não passa,a prova não tem gabarito e nem acesso ela.O pior que pegamos as provas no site e elas pelo que vejo da dor toracica estava errata.Mais continuo achando se Cabral descobriu o Brasil porque não pode descobrir o protocolo manchester de 48 milhões e o Alert fui

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  • Angela  On 31 -julho- 2010 at 7:30 pm

    Por simpatia e amizade, o Director do Serviço de Urgência dos HUC perguntou-me o que achava da eventual contratação deste novo Colega, Doutorado lá para os lados de Manchester. Concordei, considerando os condicionalismos existentes, o facto de, com as minhas antigas críticas, me sentir um pouco ‘velho do Restelo’ e, também, por ter alguma curiosidade em o conhecer pessoalmente.
    Finalmente, o Senhor Doutor Protocolo começou a trabalhar na triagem e orientação dos doentes que recorrem à urgência dos HUC, sem que, por incompatibilidades da minha vida profissional e associativa, me tivesse sido previamente apresentado. Foi, pois, um “ver-te e amar-te” em simultâneo.
    De imediato fui confrontado com alguns desvios que, em boa verdade, não se podem imputar ao Doutor Protocolo mas a quem ainda não o conhece bem, como aquela obesa que, porque há dois meses não conseguiria aceder ao seu Médico de Família, veio à urgência queixar-se que se sentia inchada (…) e me apareceu com o diagnóstico de ascite no local onde deveria ter sido colocado o número do fluxograma. É claro que não tinha ascite nenhuma…
    A maioria das situações, porém, tem mesmo a ver com os conhecimentos britânicos do Doutor Protocolo!
    Da mesma forma como alguns dos nossos políticos distribuem medalhas e condecorações a torto e a direito, o Doutor Protocolo elevou os nossos bêbados ao máximo patamar do respeito social! Dantes iam dormir para os calabouços da polícia, o que até lhes faria bem, depois passaram a vir curtir para o hospital, a maioria até já requeria Médico da VMER no local (doente inconsciente na via pública…), mas agora são doentes emergentes, fita vermelha no pulso, qual condecoração, com direito a encaminhamento para a sala de emergência! Poucos são desconsiderados com uma fitinha laranja! É o máximo!
    A escalinha de dor, essa é um verdadeiro must! Haverá algum doente que venha à urgência por ou com dor que não diga que ela é, pelo menos, moderada? Toma lá com um amarelo e vai para a Medicina Interna! Agora até as infecções urinárias, ainda que com alguns dias, são amareladas (será influência da cor da urina?…)!
    E quanto maior a ansiedade, maior a dor, mais carregada a cor! Acho que se podia instituir um prémio para o doente que, vindo à urgência com dor, dissesse que veio apenas para ver a bola e que, afinal, até nem lhe dói quase nada… Que tal uma martelada na cabeça para se queixar melhor para a próxima vez? Pelo menos passava a ver estrelas amarelas, ou talvez mesmo laranjas…
    E aquele doente com dor cervical há 15 dias? Como disse que a dor era moderada, foi logo amarelado e encaminhado para a Medicina! Ou aqueles cujo único problema é cerúmen no canal auditivo externo mas que, pela dor “moderada ou severa”, são logo doentes urgentes! Enfim.
    Sem esquecer o doente a quem doía o peito sempre que tinha muitos “arrotos”; o Senhor Doutor Protocolo amarelou-o para a Medicina por cauda da dor no peito. É evidente que teve que fazer todos os exames e mais alguns para podermos contrariar, com à vontade, o Doutor Protocolo; o nosso Colega de Manchester exagera nas classificações, nós temos de exagerar nos exames complementares, mesmo contra o raciocínio clínico mais evidente, não vá um dia um Senhor Dr. Juiz perguntar-nos como nos atrevemos a desvalorizar indicações de um Médico Doutorado em Manchester (querem que poupemos dinheiro, mas estão sempre a arranjar formas de nos obrigar a gastar mais!). O doente acabou por ter alta, sem quaisquer queixas, depois de levar uma simples metoclopramida.
    Dor torácica que agrava com o esforço, fluxograma 27, discriminador “dor pleurítica”. Amarelada para a Medicina. Afinal era uma fractura de costela por queda há uma semana…
    Claro que as “faltas de ar”, os tremeliques, os choros fáceis e as ansiedades, basta um singelo “peso” no coração, foram todas promovidas a dor pré-cordeal! Tunga, laranja! Ainda se arranjarão doentes para serem encaminhados para a Urgência Geral?
    E os desgraçados que têm pequenas feridas a necessitar de sutura na pequena cirurgia mas têm um coração mais estóico? Ou aprendem depressa a dizer que a dor é, pelo menos, moderada, e são amarelados, ou chupam com um verde e têm de esperar horas até que todos os falsos amarelos sejam observados! Pelo menos, à frente de medrosos e mariquinhas ninguém passará!…
    Podíamos continuar nesta senda, mas não vale a pena. Todos os que já foram apresentados ao Colega de Manchester terão as suas histórias para contar. Como aquele doente com icterícia que foi parar à oftalmologia com “problemas oftalmológicos”.
    O problema da triagem de Manchester, como há muitos anos afirmei, é que, ao tentar reduzir os doentes a protocolos mais ou menos rígidos, tem forçosamente de colocar situações díspares no mesmo saco e pecar por excesso. Um exemplo é suficientemente paradigmático: para o Doutor Manchester, o limiar da hipoglicemia são os 80 mg/dl! Todavia, segundo o Current Medical Diagnosis & Treatment, 2005, os sintomas de hipoglicemia apenas surgem por volta do 60 mg/dl e a perturbação da função cerebral pelos 50 mg/dl! Os habitantes de Manchester devem ser diferentes dos outros… (não me admira, porque para não ser suficiente o quadro de agressão e ter surgido a necessidade de um fluxograma de auto-agressão, o pessoal de Manchester deve ser todo doido!…)
    Com o ritmo de trabalho que lhes é imposto, não duvido que se fizéssemos glicemias ocasionais às nossas enfermeiras do serviço de urgência, a maioria passaria num ápice para a sala de emergência, com um soro glicosado a 5% e enfeitadas com uma pulseirinha vermelha novinha em folha… Não é muito difícil, bastava terem algumas alteraçõezitas do comportamento. É evidente que, depois disso, teriam seguramente direito a 15 dias de baixa para repouso e recuperação (ao fim e ao cabo tinham sido doentes emergentes!)!
    Mais grave é o facto da Triagem de Manchester ter sido aferida num sistema de saúde completamente diferente do nosso. Por exemplo, não têm neurologistas de serviço à urgência nem a principal causa de morte são os AVC, demasiado desvalorizados pelo sistema, o que pode ter implicações na janela terapêutica para intervenção aguda nos AVC isquémicos. Paradoxalmente, num país que está a criar um via verde dos AVC, os sinais neurológicos focais estão em terceira linha e apenas conseguem um amarelito!
    Depois de lidar de perto com o Senhor Doutor Protocolo, fiquei mais descrente dos Doutoramentos protocolizados em Manchester e um mais consistente defensor da verdadeira Triagem Médica (informatizada, treinada e com condições). Mas era preciso vir alguém de Manchester dizer-nos que o compromisso da via aérea, a respiração ineficaz, a hemorragia exsanguinante e o choque são situações de emergência? E não bastaria a mão de um jovem Médico para distinguir os quadros abdominais médicos dos cirúrgicos e orientar correctamente os doentes? Etc., etc. Depois desta experiência posso garantir que nunca ninguém me ouvirá dizer que um protocolo é melhor que um Médico. Por alguma razão, a seguir à triagem de Manchester o Hospital de Viseu colocou uma triagem Médica, uma experiência que se revelou extraordinariamente positiva.
    Não há a menor dúvida que a triagem de Manchester devia sofrer algumas adaptações. A primeira coisa que proporia era que a escala de dor fosse retirada do sistema. Para os latinos portugueses, decididamente não serve! Orientar doentes com base na dor percebida é um erro crasso que apenas prioriza os mais histriónicos. É a total subversão do único objectivo da triagem de Manchester, a definição de prioridades reais! Além do mais, os doentes facilmente apreendem que, queixando-se com convicção, passam à frente “dos outros” (basta ligarem a intensidade das dores com a cor da pulseira!)…
    De qualquer forma, a Triagem de Manchester trouxe algumas vantagens. Desde logo a informatização e organização da triagem em alguns hospitais (já existia nos HUC). Depois, pela primeira vez, há que reconhecê-lo, a triagem de doentes é feita num espaço físico condigno e reservado. Por último, agora a culpa de doentes mal triados não é de ninguém, é do sistema (o que é excelente para todos), e o sistema não pode ser condenado! Sem esquecer o marketing; funcionar bem, não é notícia, mas contratar o Doutor Manchester dá direito a comunicação social (como se alguma coisa se resolvesse por milagre)!
    Para além das falhas do Doutor Protocolo, o mais afectado é mesmo o Director do Serviço de Urgência dos HUC. Não obstante ser uma pessoa indiscutivelmente inteligente, empenhada, diligente e dialogante, transformou-se no “cepo das marradas”, quando é credor do nosso máximo espírito de colaboração. Está à beira de um enfarte e, de todo, não o merece, coitado! Senhor Director, quando chegar à triagem, não se esqueça de dizer que a sua dor torácica é mesmo pré-cordeal ou muito severa, caso contrário corre o risco de ser apenas amarelado e morrer antes de ser observado… É que os suores frios, a palidez, a sensação de morte iminente, o sentido clínico (que só os Médicos podem ter), não contam para nada… Mesmo que tenha vómitos evite dizer que a dor é ligeira, ou vai parar aos verdes e aventura-se a esperar horas por um ECG (o que já aconteceu…). Quanto aos doentes com enfarte que apenas tenham dor no membro superior esquerdo, vão para a Ortopedia…
    Mas confesso que gostei de conhecer o Senhor Doutor Protocolo, Manchester de apelido. É um pervertido exagerado! Porém, estou agora bem mais convicto que os Médicos portugueses ligados à urgência/emergência conseguiam fazer melhor e adaptar-se às nossas várias realidades hospitalares (sei que o Grupo Português de Triagem está a trabalhar nesses sentido). Também não tenho quaisquer dúvidas que, caso fosse aplicada por Médicos, a esmagadora maioria das limitações e erros da Triagem de Manchester seria de imediato resolvida pelas competências que são específicas da formação Médica. Fica feita a proposta.

    Prof. José Manuel Silva
    Internista dos HUC; Presidente do Conselho Regional do Centro

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  • geozete silva de oliveira  On 23 -maio- 2010 at 12:06 am

    queria saber como fazer?? p/ fazer este curso

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  • Bruno Stof  On 4 -março- 2010 at 10:43 pm

    Notório saber é uma condição utilizada para contratar empresas sem necessidade de licitação quando somente uma empresa NO PAÍS possui um determinado recurso indispensável para a execução de um serviço exclusivo. Neste caso não há notório saber e muito menos exclusividade, pois o protocolo Manchester e outros mais (e bem mais eficientes que este) já são amplamente utilizados na rede de saúde pública do Estado de São Paulo em diversos hospitais há mais de 10 anos (pasme!). Creio que esse é mais um caso que deveria ser remetido ao Ministério Público Estadual (e Federal) para investigar esse desperdício de dinheiro público numa empresa portuguesa (?!?!) que parece que nem no seu país de origem funciona a contento. O pior vem aí: o sistema ainda está em desenvolvimento no escritório desta empresa em Belo Horizonte. Como justificar a compra de algo que nem pronto está? (e sem licitação)?

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  • Fernanda Truocchio  On 23 -fevereiro- 2010 at 1:10 pm

    Gostaria de saber a História completa do protocolo de Manchester, pois minha monografia é exatamente sobre este protocolo de classificação de risco. Preciso destas informações com uma certa urgência se possivel.
    Desde já agradeço a atenção de vocês.

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  • Alberto Aloísio  On 7 -março- 2009 at 1:05 am

    Aqui em Portugal foram gastos milhões neste software e estamos a ter problemas.

    http://pt.shvoong.com/newspapers/portugal/correio-da-manha/1754013-correio-da-manhã/

    O software foi comprado sem concurso público, tanto em Portugal como aconteceu pelo que pude perceber aí no Brasil.

    http://apontamentos.blogspot.com/2008/02/empresa-conquista-informtica.html

    Uma autoridade governamental foi afastada do cargo porque prestava consultoria a esta empresa. No Brasil há gente do governo envolvida com esta empresa?

    Já há em Portugal a instauração do devido processo e apuração pelo Tribunal de Contas.

    http://allcare-management.blogspot.com/2008/02/no-h-alternativas-ao-alert-p1.html

    Era muito importante que no Brasil também se verifique isto. É uma pena que uma empresa Portuguesa que nos parecia um fenômeno empresarial possa estar na verdade turbinada por expedientes um pouco estranhos.

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  • NILCEMAR FENANDES/ADM HOSPITALAR  On 8 -fevereiro- 2009 at 7:32 pm

    sou adminsirador hospitalar há mais de 15 anos. E muitos destes anos em serviços de urgências/emnergencias.
    O que que faz estes serviços não funcionarem, é unicamente a questão de pessoal(insuficiente e não capacitado) e aparelhamento técnico em péssimo estado de conservação. Dêem um giro nas UPAS de Bhte.,para verem que em cada plantão há, com certeza, 20% de absenteísmo de pessoal operacional, (diga-se médicos, enfermeiros,e apoio) e equipamentos de SADT´s diversos, fora de operação, por estarem com defeitos.
    Assim, não há protocolo de 48 milhões que funcione. O que faz funcionar é um gerente hospitalar, competente, ativo, presente, ético e comprometido com as práticas de saúde.

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  • Murilo  On 23 -janeiro- 2009 at 1:06 pm

    O protocolo pode ser qualquer coisa.
    Não existe PATENTE de software no Brasil, simplesmente porque não existe patente de método. Qualquer software pode implementar o que quiser e vários produtos podem implementar qualquer protocolo de classificação de risco que quiserem.
    Este papo de patente de software é um embuste para vender sem licitação…. E quando existe este interesse, existem outras coisas por trás. Acresça-se ainda que a dita empresa foi fundada em 1999, ou seja tem 9 anos e um crescimento incrível. O negócio de maior vulto jamais feito pela empresa foi com o Governo de Minas…
    Tem coisa aí que merece ser averiguada.
    Dinheiro público tem regras para ser gasto.
    Regras que neste caso não parecem ter sido seguidas à risca.

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  • Mangaba  On 25 -dezembro- 2008 at 12:08 am

    Não vamos ser otários. Essa conversa fiada de consulta sem agenda e de posto sei lá onde, é tudo conversa fiada. Esse tal de Pestana inaugurando postinho de saúde fracassado para atender meia dúzia é só uma propaganda barata dele para ser deputado a custa da engalobação de gente pobre. Esses 48 milhões tem que ser investigado pela polícia federal, pelo ministério público. tá na cara que ouve safadeza com esses 48 milhões de dólares. sei que tem gente sabendo e vai escrever aqui. safadeza da grossa… ninguém perde por esperar.

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  • Perbolim  On 12 -dezembro- 2008 at 5:44 pm

    Vocês não estão percebendo que este governo de Minas paga mal, faz pouco e gasta essa dinheirama toda em um ano eleitoral. Esse dinheiro foi pra onde? Esse negócio não é de dizer se é bom ou não. Para onde foi a grana?
    J do Perbolim

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  • gh7a  On 3 -dezembro- 2008 at 8:50 pm

    O tempo é senhor da razão. Será que seremos gratos ao Governo de Minas daqui há alguns anos por esses ”benefícios”? Quem pensa já pode saber e quem viver verá.

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  • José Vanderlei  On 3 -dezembro- 2008 at 3:33 pm

    Hoje em nosso Municipio foi inaugurando pelo Secretário Marcos Pestana o Pronto Atendimento municipal em Curvelo, na qual atenderá os municipios da regiao norte do Estado, e falou-se muito no Protocolo de Manchester? espero que o mesmo seja colocado em prática, e a população seja informada do mesmo, a sua real autenticidade e agilidade nos atendimentos prioritários às urgencias. Obrigado ao Governo de Minas por este novo avanço na área da Saúde. Abraços!

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  • Alinne .I.P.Ribeiro  On 27 -novembro- 2008 at 2:08 pm

    Geraldo se esta funcionando ainda não sei o motivo,pelo que eu sei os profissionais estão passando por treinamentos,primeiro e de muita responsabilidade e competência a classificação de risco.

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  • Alinne .I.P.Ribeiro  On 27 -novembro- 2008 at 2:08 pm

    Geraldo se esta funcinando ainda não sei o motivo,pelo que eu sei os profissionais estão passando por treinamentos,primeiro e de muita responsabilidade e competência a classificação de risco.

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  • gh7a  On 25 -novembro- 2008 at 5:30 pm

    Alinne, compete ao governo de Minas, que desembolsou o dinheiro público para pagar o protocolo, explicar o por quê dele não estar funcionando no Estado. Se vai ser bom não sei. Quem viver verá.
    Geraldo.

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  • Alinne .I.P.Ribeiro  On 25 -novembro- 2008 at 11:38 am

    É real que tudo que é novo gera curiosidade,medo,espectativas,a incerteza se a mudança séra para melhor,não consigo entender o porque se esta funcionando lá fora o porque de não ser implantado aqui,quando a intenção é para melhorar a qualidade na assistência tem que investir mesmo,vejo que a realidade nos P.S não é só de urgências e sim devido ser fácil e rápido o atendimento e uma consulta que não precisa ser “agendada”,Parabéns ao Governo de Minas por esta iniciativa.Alinne Ribeiro

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  • IZALTINA RAQUEL LIMA  On 29 -outubro- 2008 at 5:39 pm

    Realizei pós graduação em Enfermagem em situações de urgência e emergência pela PUC MINAS BH, onde foi me fornecido um protocolo de triagem em urgência / emergência a príncipio achei fantástico, e sonhei. Realizei uma pesquisa no Pronto Socorro do Hopital onde trabalho para saber sobre a demanda de porta de entrada,na esperança de um dia realizar um projeto de triagem por classificação de risco, porque atendemos muitos clientes/paciente com doença crônicas muitas vezes em crise outras não e muitas vezes percebemos que o PS é a porta de entrada mais facil que a população encontra para seus diversos problemas de saúde, e deparamos com uma imesa dificuldade nas UBS por falta de profissionais, e outros, que levam a agendamento de consultas a longo prazo o que para o cliente é lamentável pois muitas vezes seus problemas podem não ser de urgência mas também não se pode esperar tanto.Isto é o que me leva a crer que necessitamos de um planejamento de saúde emergencial e único, para toda a população que ligue todas as unidades de saúde, como se diz na Portaria nº 2048, de 05 de novembro de 2002. E os 48 milhões onde está? Podemos contar com ele? onde encontrá-lo? acho que vale a pela investir na pesquisa. E sonhar que meu sonho de melhor atendimento em emergência possa se transformar em realidade.

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  • gh7a  On 5 -setembro- 2008 at 2:06 pm

    Antonio, o tal protocolo não é coisa complexa. Li o Manual que usaram/usam no Odilon Behrens de BH. Mas liguei para médicos que trabalham em hospitais de referência do Rio e São Paulo e muitos sequer conhecem o protocolo. O SAMU de Paris não o adota, nem o NYDP ou o George Washington Hospital, nos Estados Unidos, conforme pudemos apurar. Não vou dizer que o protocolo possa ser bom ou ruim. Só acho estranho, conforme já publiquei aqui no Fax, que o Governo de Minas, que investe na Saúde menos do que deveria (dados do Ministério da Saúde), gastar 48 milhões em um software português aplicável a um único protocolo. Do ponto de vista da gestão de TI não parece um bom negócio. Quanto à eficácia dele, apesar da falta de informações seguras quanto a sua aplicação em outros lugares (dados epidemiológicos ou avaliações confiáveis por centros de pesquisa de países tecnologicamente adiantados), desejo que funcione. Mas, convenhamos, os gestores estão fazendo uma aposta pesada usando o dinheiro público. Do ponto de vista político, quanto à idoneidade do negócio, paira no ar uma dúvida. Será que não tem ninguém levando uns por cento disso? Quem viver, verá.

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  • Antonio  On 5 -setembro- 2008 at 11:29 am

    gh7,eu vivi em Portugal durante algum tempo e todos os hospitais estão informatizados com essa aplicação e posso garantir para você que o atendimento é bastante eficaz e o protocolo funciona, o mesmo sistema, segundo verifiquei numa pesquisa na internet, está espalhado por toda a europa, ásia e EUA. Quero acreditar que este sistema se foi aprovado nos outros paises possa ser uma mais valia para todos os mineiros.Penso que o valor dos quarenta e oito milhões não é barato mas desde que compense em salvar vidas humanas será sempre um dinheiro bem aplicado.

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  • gh7a  On 3 -setembro- 2008 at 7:16 pm

    Antonio, ainda se desconhece a eficácia desse Protocolo. Talvez até seja bom e eficiente. O que mais incomoda são os quarenta e oito milhões de reais. Será que não teríamos uma solução mais barata. Nós mineiros sempre temos boas notícias do Governo do Estado e chegamos a achar que vivemos no melhor dos mundos possível. Mas há muita gente que está acreditando que exista algo de podre na terra de Marcos Valério e Azeredo.

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  • Antonio  On 3 -setembro- 2008 at 3:53 pm

    Penso que a classificação de risco vai trazer muitos beneficios a população de Belo Horizonte, pelo menos deixa de ser “triado” pelo porteiro como acontecia até então.Todo o mundo começa a ser visto por um profissional de saude o que dantes não acontecia. Penso que só vai melhor e em muito o atendimento geral e que até vidas podem ser salvas com este novo sistema.

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