Em Salvador, a Secretaria Municipal de Saúde resolveu suprir a carência de recursos e equipamentos que os médicos têm para lidar com casos de abuso de drogas ilícitas durante eventos ou acidentes. Adquiriu um kit drogas, que ajudou decididamente os trabalhos das equipes médicas durante o carnaval soteropolitano. A matéria está transcrita abaixo e fica como uma lição para os gestores dos serviços de saúde, que não prestam a devida atenção a um problema que se apresenta em número crescente.
Kit Drogas facilita trabalho dos médicos no Carnaval – Jornal da Mídia
Kit Drogas facilita trabalho dos médicos no Carnaval
Segunda-feira, 23/02/2009 – 22:27Salvador – Uma novidade da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) neste Carnaval é o uso do Kit Drogas nos postos dos circuitos da folia. Trata-se de um exame feito nas pessoas que chegam desacordadas nas unidades de saúde ou que apresentem distúrbios no comportamento. O objetivo é descobrir qual substância psicoativa foi usada pelo paciente para que então seja designado o tratamento.
No posto da Sabino Silva, o Kit Drogas foi usado dez vezes, desde o primeiro dia de carnaval, na quinta-feira. As vítimas chegaram na unidade de saúde em coma, agitadas ou em estado torporoso. Foi constatado o uso de cocaína, LSD e ainda de uma substância chamada barbitúrico, um composto químico orgânico sintético derivado do ácido barbitúrico. A substância é usada em uma bebida conhecida como Príncipe Maluco. Provoca, entre outras coisas, dependência física e psicológica, diminuição em várias áreas do cérebro, depressão na respiração e no sistema nervoso central.
Em um dos casos registrados, o paciente chegou alcoolizado e com a pupila dilatada. Ao realizar o exame, constatou-se que ele usou crack, cocaína, maconha e que ainda tinha ingerido o Príncipe Maluco.
Para o coordenador do Posto da UFBa (Ondina), Jorge Cyrne, o Kit Drogas vem ajudando o trabalho dos médicos no Carnaval. “O kit facilita o trabalho e possibilita tratar o paciente com a presteza e necessidade que ele merece. O tratamento do álcool é simples, mas quando se trata do uso de drogas o cuidado deve ser maior”, explica o coordenador.
Nessa unidade, o Kit Drogas foi usado apenas uma vez, durante a noite de domingo. O paciente, que era um cordeiro de bloco, foi levado ao posto por policiais militares que observaram alteração no seu comportamento. A vítima chegou a simular uma crise convulsiva e se descontrolou. “Depois de gritar e se debater, usamos o kit. Detectamos o uso de calmante e álcool, mistura que gerou essa alteração de comportamento”, aponta Jorge Cyrne.
No posto da Adhemar de Barros, o Kit Drogas foi usado duas vezes, mas em nenhum dos casos foi detectado o uso de entorpecentes. A maioria das ocorrências registradas na unidade diz respeito ao uso excessivo de álcool, que eram tratados no próprio posto.
Categorias do Technorati drogas, drugs, drogas ilícitas, saúde pública, SAMU, emergência médica, pronto atendimento, pronto socorro, carnaval, intoxicações