Grupo lança movimento pró-SUS e aumenta pressão por mais verba
Para os signatários, o mau atendimento da população nas periferias e a proliferação do mercado de planos privados evidenciam as dificuldades por que passa a rede pública prevista na Constituição – gratuita e aberta a todos.
“Entendemos que o SUS não consegue atender plenamente as necessidades da população e seu financiamento é totalmente insuficiente”, diz o manifesto de lançamento do movimento, que encara o SUS como “instrumento de justiça social”.
Segundo o texto, “para se tornar um país desenvolvido, o Brasil precisa seguir o que as nações de primeiro mundo e da própria América do Sul já estão investindo hoje em saúde”. Hoje, o gasto público brasileiro em saúde está na casa dos 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB), patamar inferior à despesa privada. Na grande maioria dos países do mundo, a proporção é inversa – o gasto público supera o privado.
Assinam o manifesto entidades como Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (Sescon), o ramo paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), Associação Paulista de Medicina (APM), além de uma série de entidades médicas.
Os problemas do SUS também foram objeto de um protesto de médicos nesta terça (25). Em 21 estados, os profissionais do SUS só atenderam casos de emergência – não receberam pessoas com consultas marcadas. Nos outros seis estados, promoveram atos públicos.
As três entidades que articularam a manifestação – Conselho Federal de Medicina, Associação Médica Brasileira e Federação Nacional dos Médicos – também divulgaram um manifesto, a ser enviado ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Nele, o grupo diz que há uma “crise” no SUS cuja superação exige “esforço conjunto” de governo, parlamentares e movimentos sociais organizados. “O modo como o qual a saúde pública tem sido tratada historicamente apresenta, cotidianamente, sua fatura nas emergências lotadas, nas filas de espera por consultas e exames, bem como no desestímulo que se abate sobre as equipes responsáveis pelo atendimento da população”, diz o documento. “Os médicos alertam as autoridades sobre a crise e conclamam todos os setores da sociedade (…) a tomarem posição e buscarem respostas.”
Os dois movimentos pretendem influenciar a votação de um projeto que está no Senado e que trata de investimento mínimo em saúde por parte de governo federal, estados e municípios. Nesta terça, o Senado aprovou pedido de urgência para votação do projeto, o que faz com que ele possa entrar na pauta do plenário da Casa a qualquer momento.
Fonte: Sintrafesc Autor: Carta Maior Data: 30/10/2011
http://www.gestaosindical.com.br/movimento/materia.asp?idmateria=3828