Sindicato dos Médicos denuncia mortes pelo sucateamento dos hospitais do Rio

Sindicato dos médicos denuncia que 6.000 pacientes

morreram em hospitais do Rio em 2011

Infecção hospitalar e falta de leitos são as principais causas

Do R7, com RJ no Ar | 20/09/2011 às 13h50 Rede Record

Pacientes passam dias internados em macas nos corredores dos hospitais. Situação aumenta o risco de infecção hospitalar

Levantamento do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro constatou que 6.000 pessoas morreram nos quatro principais hospitais públicos do Estado entre janeiro e agosto deste ano.

O presidente do sindicato, Jorge Darze, disse que grande parte das mortes pode ter sido provocada por infecção hospitalar devido à falta de leito e por outros problemas de estrutura da unidade.

– São pacientes que ficaram internados vários dias em cadeiras, macas sem um colchonete e, às vezes, até no chão em cima de um papelão. Enfim, são pacientes que estavam internados de uma forma indigna e desrespeitosa.

A falta de estrutura é uma das principais queixas dos médicos, que muitas vezes precisam escolher qual paciente terá direito a um leito e qual precisará esperar sentado no chão pelo atendimento.

Um plantonista, que não quis se identificar, confessou que
diariamente precisa fazer uma triagem para decidir qual paciente “merece” ser atendido, comparando a situação dos doentes com a de dois personagens da história do Holocausto, que tiveram que escolher quem sobreviveria.

– Nós somos obrigados a criar umalista de Schindler no plantão, decidindo quem vive e quem morre.

Um levantamento da Associação Nacional de Biossegurança concluiu que 80% das instituições no Brasil não têm um controle adequado dos ambientes. Como consequência dessa total falta de estrutura e de fiscalizações dos órgãos públicos de saúde, isso permite que um paciente internado com uma doença, acabe contaminado por outras enfermidades ainda mais graves, como o caso de Luiz Soares.

Ele foi internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barrada Tijuca, zona oeste do Rio, com dengue e acabou morrendo em
consequência de uma pneumonia, que contraiu do contato com outros pacientes.

A Secretaria Municipal de Saúde contestou os números do sindicato. Segundo o órgão, de janeiro a julho deste ano foram registradas 3.109 mortes nas quatro maiores emergências da cidade, conforme os dados do SUS (Sistema Único de Saúde).

Ainda de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, nos últimos dois anos R$ 36 milhões estão sendo investidos nas emergências públicas. O recurso é aplicado na capacitação de profissionais e otimização de serviços.

http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/denuncia-6-000-pacientes-morreram-em-hospitais-municipais-do-rio-em-2011-20110920.html

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