Brasil: Cada vez mais faltam médicos no serviço público.

Centenas de cidades brasileiras não têm qualquer tipo de atendimento médico público ofertado a seus habitantes. Esse é apenas um aspecto da falta de médicos na rede pública brasileira. O país tem médicos em número suficiente, segundo os critérios da OMS. O serviço público é que tem falta de médicos porque não tem atrativos e suas políticas de gestão, na área de recursos humanos, não são construídas com o objetivo de fixar os profissionais. Salários de médicos, bem menores que os de mercado, acabam virando apenas o que se chama de ''bico'', um salariozinho adicional, que só serve se somado a várias outras atividades melhor remuneradas. Com isso, todo mundo que trabalha nos serviços de saúde sabe das conseqüências. Um levantamento do Ministério da Saúde constata essa falta de cobertura médica. As despesas com aquisição e manutenção de veículos, os custos com deslocamento de pessoas, o consumo de combustível decorrentes dessa situação nunca foram exatamente quantificados.


O gestor de Saúde se vê na situação de avaliar cuidadosamente a defasagem brutal que vai se impondo entre a remuneração do médico nos serviços públicos de saúde e os serviços privados, remunerados pelo mercado. Cada vez mais vai ficando insustentável a indiferença com a insatisfação crescente dos médicos da rede pública em relação a seus planos de cargos, carreira e salários. A matéria a seguir é mais uma ilustração dessa situação, como tantas outras que temos postado aqui no FAX SINDICAL. A matéria que mostramos, mais um retrato do apagão da saúde no serviço público, refere-se à situação crítica notada no Paraná e, em geral, na Região Sul. Refere-se à crise nos serviços públicos de saúde nos estados do Sul, que, em média, apresentam melhor IDH e melhor distribuição de renda que outras regiões do país. Por aí dá para pensar nos efeitos nocivos dessa distorção em outras regiões, mais carentes e mais dependentes de serviços públicos. A matéria pode ser conferida na página http://tinyurl.com/5zpz5w


Norte e sudoeste paranaense são as regiões mais afetadas, segundo levantamento do Ministério da Saúde.

Levantamento do Ministério da Saúde apresentado na última quarta-feira (26), mostra que as regiões Norte e Centro-Oeste são as que possuem melhor cobertura de médicos residentes em todo o país. De 455 municípios brasileiros onde há falta total desse tipo de profissional, 88 ficam no Norte (19,3%) e 23 no Centro-Oeste (5,1%). No Nordeste, o problema aparece em 117 municípios (25,7%), no Sul em 106 localidades (25,5%) e no Sudeste em 111 (24,4%) da amostra.

O dado demonstra a fragilidade da região sul do país. A composição apresenta um dos piores índices no levantamento.

Segundo o Ministério da Saúde, 55 dos 496 municípios do Rio Grande do Sul não possuem médicos residentes. O Paraná vem logo na seqüência. Das 399 cidades, 33 não têm cobertura. Já em Santa Catarina são 28 municípios do total de 293.

Em percentuais, o Rio Grande do Sul possui o pior índice dos três estados. 11% dos municípios gaúchos não têm cobertura médica de residentes. Santa Catarina está com 9,5% e o Paraná 8,2%.

Acima da média

No cenário global, o Brasil atende, em média, ao parâmetro recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O considerado ideal é um profissional (médico/enfermeiro/parteiro) para cada grupo de mil habitantes. No caso brasileiro, esta proporção está em 1,15 para cada mil moradores.

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Comentários

  • mauricio himelfarb  On 28 -novembro- 2009 at 10:21 am

    ingeressante,se tal ocorre no sul,onde o Brasil é outro,imagine no Nordeste e no Centro Oeste!

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