Arquivo do dia: 20 -outubro- 2008

Rio de Janeiro:mais um hospital sem plantonista.

Nos informa o jornal O GLOBO do Rio de Janeiro, nessa segunda-feira, que o Hospital Miguel Couto ficou inoperante no domingo, por falta de médicos plantonistas para o pronto-atendimento. A notícia pode ser conferida na página http://tinyurl.com/62woj2 . O hospital é gerido pela Prefeitura do Rio. Há um mês crise semelhante abalou o Hospital Getúlio Vargas, sob gestão do Governo do Estado. Reagindo com destempero o Governador Sérgio Cabral Filho ofendeu os médicos, com palavras que denunciaram falta do decoro próprio para o cargo.

Os servidores públicos estaduais estão mobilizados e há entre eles grande descontentamento. O Governador do Rio de Janeiro não tem dado nenhuma demonstração de vontade política para negociar. A mão-de-obra nos hospitais públicos do Rio de Janeiro é precarizada. Isso se dá principalmente pela ingerência de cooperativas de trabalho. Há cooperativas que alugam a mão-de-obra de médicos e outras. São cooperativas desvirtuadas e envolvidas em ilícitos de natureza variada, conforme já relatamos em artigo aqui no FAX SINDICAL. (Confira em https://faxsindical.wordpress.com/2008/10/12/safadeza-das-cooperativas-denunciada-pelo-ministerio-publico/ ).

Essa ingerência indevida das cooperativas transforma os médicos e outros trabalhadores do setor público de saúde em verdadeiros bóias-frias, que labutam se qualquer garantia. Para obter seus direitos trabalhistas devem acionar o tomador de serviços, Estado ou Prefeitura, na Justiça do Trabalho.

No Hospital Miguel Couto, a Prefeitura do Rio se manifestou. Admitiu a dificuldade de atrair e fixar os profissionais de saúde no setor público. O próprio Prefeito do Rio, César Maia, declara na matéria citada que: "Os concursos não estão suprindo. Criamos um grupo de trabalho para ver como propor uma revisão de critérios remuneratórios de forma a aumentar a atratividade do setor público." Trata-se de um reconhecimento de que sem a construção de uma política decente de recursos humanos para os trabalhadores do setor público de saúde não teremos uma garantia da regularidade da prestação de serviço público essencial à população brasileira.

O caso do Rio de Janeiro é uma lição para todos os gestores do Sistema Único de Saúde. Ressalta a importância das políticas de recursos humanos. Talvez o problema de gestão mais sério que o sistema enfrenta atualmente.

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