Depois de testemunhar a caríssima campanha do candidato vencedor nas últimas eleições municipais, os cidadãos decentes de Juiz de Fora tiveram o desprazer de assistir a um festival de desperdício com o dinheiro público. Não que essa cidade seja uma terra sem lei ou que seja um paraíso de riqueza. Juiz de Fora tem sérios problemas sociais que convivem, lado a lado, com esses descalabros. Um verdadeiro festival de absurdos.
Matéria divulgada pela imprensa de Juiz de Fora dá conta aos interessados do desperdício de dinheiro público em medicamentos vencidos. 3,5 milhões jogados no lixo, enquanto as unidades de saúde municipais, mesmo as de urgência e emergência, estão sem insumos e medicamentos. A situação aproxima-se de uma calamidade.
Segundo o Secretário de Saúde da Prefeitura, o desastre teria sido originado na gestão anterior. Durante o lamentável governo Bejani, a secretaria de saúde vivia sem nenhuma transparência e dirigida de forma autoritária pela Sra. Maria Aparecida Soares, vulgo Nininha, apaniguada de Bejani e inexperiente de questões relativas à gestão pública da Saúde.
A notícia saiu na Tribuna de Minas de Juiz de Fora.
DINHEIRO PÚBLICO NO LIXO SUS desperdiça 3,5 milhões de medicamentos Daniela Arbex Apenas quatro meses depois da descoberta de mais de duas toneladas de remédios vencidos na Secretaria de Saúde, cujo prejuízo foi de R$ 597 mil, nova listagem de lotes, obtida com exclusividade pela Tribuna, revela que o dinheiro público continua indo para o ralo. De junho até agora, mais de 5oo mil remédios venceram no Departamento de Urgência e Emergência Norte, Farmácia Central, Almoxarifado Central, Regional Leste, Hospital de Pronto Socorro (HPS) e 28 unidades básicas do Sistema Único de Saúde (SUS) em Juiz de Fora, o que representa mais da metade dos postos existentes na cidade. A quantidade é referente a ampolas, frascos e comprimidos unitários adquiridos pela Secretaria de Saúde para o controle da diabetes, tratamento da anemia, de transtornos mentais, entre outros. Outros três milhões de comprimidos de maleatro de enalapril, indicado para o tratamento de hipertensão, vencem este mês, tornando a situação ainda mais grave. Desta forma, o número de remédios a ser jogado no lixo sobe para 3,5 milhões. Mas se for levado em conta antibióticos, antiinflamatórios e analgésicos, além de insumos desperdiçados no Almoxarifado Central, entre abril e dezembro de 2007, são mais de sete milhões de medicamentos vencidos no município em 19 meses, tornando difícil estimar a extensão dos danos causados a pacientes e usuários do sistema público. O secretário de Saúde, Cláudio Reis, afirmou que será instaurada nova sindicância administrativa para apurar as falhas que levaram ao desperdício e garantiu que os responsáveis serão punidos. Erro de programação A perda da glibenclamida, medicação indicada para pacientes portadores de diabetes mellitus, é de mais de três mil comprimidos. O remédio está entre os distribuídos aos 15 mil pacientes diabéticos cadastrados nos postos de saúde da cidade. No caso do Verapamil, utilizado no controle da pressão arterial, a perda registrada foi superior a 160 mil comprimidos. Ao todo, 63 mil estrógenos conjugados, indicados para tratamento hormonal, foram recolhidos em função do vencimento da data de validade. Enquanto faltam até esparadrapos nas unidades básicas de saúde, 11 mil frascos de sulfato ferroso, utilizados na prevenção de anemia na gravidez e do recém-nascido, serão jogados no lixo, sendo encaminhados para o aterro sanitário, outros descartados por firma especializada ou incinerados. Sindicância anterior teve resultado inconclusivo Quando a grande quantidade de lotes de remédios vencidos veio à tona, em julho, o recém-empossado secretário de Saúde, Cláudio Reis, atribuiu a questão à falta de gestão e a um problema de fluxo. Na ocasião, uma sindicância foi aberta, mas o resultado foi inconclusivo. Hoje, quatro meses depois, ele atribui o problema aos resquícios da última administração. “As compras são anteriores à minha posse. Elas foram feitas sem respeitar o consumo médio dos pacientes e o estoque regulador presente no almoxarifado. Além disso, tentamos doar o enalapril para os 129 municípios da macrorregião e trocá-los, mas não obtivemos êxito, já que nenhuma Prefeitura queria receber remédios a vencer, ainda mais em época de eleições”, explicou o secretário. Segundo Reis, a falta de interação entre a Secretaria de Saúde e a Secretaria de Administração e Recursos Humanos, que gerencia o estoque dos produtos, foi superada com a implantação de uma comissão municipal de assistência farmacêutica. “Uma das medidas que tomamos foi instituir comissão multidisciplinar, com o objetivo de fazer melhor planejamento e programação anual de assistência farmacêutica, reduzindo enormemente a possibilidade de erros na programação da aquisição de medicamentos. A partir da minha gestão, não se fez mais compras de medicamentos equivocados.” |
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