Momento para refletir e se preparar para uma luta grandiosa e aparentemente interminável. Os próprios médicos são convidados a percebê-la nas carências, dificuldades e estresse que enfrentam no dia-a-dia profissional. Momentos difíceis, que nem sempre são compartilhados nem com pessoas da família ou com colegas. De depoimentos dramáticos e queixumes revoltosos deve surgir alguma coisa. Um esboço de reação ou a disposição de se unir para lutar. Estamos em uma guerra pelo reconhecimento profissional. E todos somos vítimas da forma como tratam o trabalho médico. Greves, demissões em massa, atos públicos são respostas. Mas nossa luta merece uma magnitude nacional.
Está se realizando no Rio Grande do Sul mais um Congresso da FENAM, a Federação Nacional dos Médicos. Filiada à CUT – Central Única dos Trabalhadores e à Confederação Nacional dos Profissionais Liberais, a FENAM é a entidade máxima de representação classista dos médicos brasileiros.
A evidência, em todo território nacional, das condições de trabalho dos médicos, as formas de contratação precária, como ocorre comumente no PSF e terceirização de serviços, além da remuneração ( que em alguns casos pode ser rotulada de desprezível ), tem merecido destaque na meio sindical, na mídia, na opinião pública, em debates parlamentares e em declarações de ministros.
Esses assuntos entram na pauta da FENAM. A página http://www.fenam.org.br/index3.asp?portal=&opcao=mostrainformativo&id=5793 noticia que o modo de gestão e financiamento do SUS foram discutidos, ao lado das questões de contratação de mão-de-obra no SUS.
“O modelo de gestão da saúde, as alternativas de financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e os vínculos do trabalho no setor público são os temas debatidos na manhã desta quinta-feira (26/06) durante o IX Congresso Médico da Fenam. O evento foi aberto na noite de ontem, em solenidade realizada no Hotel Laje de Pedra, na cidade de Canela, Rio Grande do Sul. A cerimônica contou com a presença de representantes da categoria médica de todas as regiões do Brasil e de autoridades como o deputado federal Rafael Guerra, presidente da Frente Parlamentar da Saúde; o diretor da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Leôncio Feitosa; e o secretário de Saúde de Niterói/RJ, Luiz Roberto Tenório, entre outros.”
Os médicos e seus representantes sindicais, em todo Brasil, bem como muitas das entidades médicas, aguardam que esse Congresso traduza idéias claras sobre a condução da luta médica nos próximos meses, municiando os sindicatos para mobilizar a categoria profissional e colocá-la em ação, pela construção de um exercício ético e digno da Medicina.
FENAM