THE ECONOMIST avalia derrota de Aécio Neves.
Ainda não se sabe exatamente o tamanho do estrago. A armação de Aécio Neves em torno da sucessão na Prefeitura de Belo Horizonte terminou em um tiro no pé. Avalia-se claramente o segundo turno como uma derrota das pretensões do governador mineiro e aliados, como Fernando Pimentel.
Em entrevista o Governador, exaltado, excitado, declarava que não sofreu derrota. Que noventa por cento dos prefeitos eleitos o apoiavam. Esse cálculo não está bem feito. Foi mais um desabafo do que uma análise. Aécio, por certo, não é burro, por mais que bajuladores lhe embaralhem a visão da realidade.
Agora vem o The Economist analisar a sua derrota e a conseqüente vantagem de seu concorrente dentro do time do tucanato: o governador José Serra.
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Eleição mostrou vitória de Serra sobre Aécio rumo a 2010, diz ‘Economist’10/10 às 08h24 BBC
A revista britânica The Economist traz na sua última edição um artigo que diz que o governador de São Paulo, José Serra, saiu fortalecido em sua disputa dentro do PSDB com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, de olho na candidatura do partido ao Planalto em 2010.
Intitulado Pointers to the presidency (“Indicadores para a presidência”, em tradução livre), o artigo afirma que Serra saiu vencedor nas eleições municipais e “Neves parece ter menos possibilidade de enfrentá-lo diretamente”.
“Serra venceu esta disputa. Seu apoio silencioso ajudou seu candidato, Gilberto Kassab, o atual prefeito de São Paulo, a surpreender os pesquisadores ao chegar em primeiro lugar, na frente tanto de um rival do PSDB (Geraldo Alckmin) quanto de Marta Suplicy, uma ex-prefeita do PT que às vezes é cotada como uma possível escolhida de Lula para a Presidência”, diz o texto.
“Serra, que já era o favorito para ganhar a indicação de seu partido, agora parece ainda mais forte”, analisa a Economist, afirmando que o tucano “pode agora começar a trabalhar em seu jingle” da campanha para a Presidência.
ERRO
Em outro ponto do artigo, a Economist diz que as eleições indicaram de que a transferência de votos de um político que ocupa um cargo para outro disputando uma eleição não funciona tão bem no Brasil – o que também pode afetar a corrida pela Presidência em 2010.
“A maior questão na política brasileira se tornou se ele (Lula) vai ser capaz de transferir um pouco de sua magia eleitoral para o seu escolhido como sucessor.”
Mas “o PT de Lula teve ganhos modestos nas eleições para prefeito” e, “de 15 prefeitos eleitos em primeiro turno nas capitais estaduais, apenas cinco tiveram o apoio do governador de seu respectivo estado”, ressalta a revista.
A Economist comete um erro ao analisar como as eleições afetaram o posicionamento de Aécio Neves, dizendo que o candidato apoiado pelo governador mineiro ficou em segundo na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte.
Na verdade, Aécio apóia Márcio Lacerda (PSB), que terminou o primeiro turno em primeiro lugar, com 43,59% dos votos válidos, e irá disputar o segundo turno com Leonardo Quintão (PMDB).
Mas, reforçando a análise da revista, nem o apoio de Aécio Neves, nem do atual prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), garantiram a vitória de Lacerda no primeiro turno, como previam analistas.
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