Psiquiatria: ABP prova maturidade política.

O trabalho de valorização e resgate da importância do trabalho médico envolve várias entidades profissionais e muitas frentes de luta. Nesses campos de atuação vale mostrar o exemplar trabalho que foi desenvolvido pela ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria – na gestão de João Alberto Carvalho. Seu trabalho provou o grau de maturidade política alcançado por aquela associação profissional.


Entre todos os trabalhos desenvolvidos pela ABP, cumpre-nos destacar três frentes de luta e de ação que provam essa maturidade política.

Primeiro, o programa ABP-Comunidade, destinado ao esclarecimento das pessoas, de usuários de serviços públicos de saúde e da saúde suplementar e formadores de opinião, sobre a questão da doença mental, seu impacto e suas conseqüências. A promoção da saúde mental por meio de eventos e palestras gratuitas já está atingindo dezenas de milhares de interessados. O programa, criado em 2004, está se expandindo com o apoio das federadas da ABP.

Uma segunda frente que não pode ser depreciada é a Comissão de Acompanhamento de Políticas Públicas, que tem por objetivo conhecer e apreciar a atividade parlamentar no que diz respeito ao campo de conhecimento da Psiquiatria. Essa frente desenvolve inclusive ações de defesa profissional contra grupos corporativos que trabalham com a perspectiva de desmoralizar ou desacreditar a Psiquiatria enquanto conhecimento e especialidade médica. Esses grupos são inspirados por noções de natureza religiosa ou por interesses econômicos e de hegemonia dentro do serviço público, sempre escorados em fraseologia radical com paupérrimo lastro científico, ético ou filosófico. Consideramos o que é mais importante: o trabalho parlamentar não é apenas defensivo. Mais importante: tem um grande potencial propositivo, de aperfeiçoamento dos serviços públicos que respondem pela atenção a pessoas com doenças mentais.

Um terceiro ponto, não menos importante, é o atestado do Ministério da Saúde sobre a importância da colaboração da ABP na formulação de políticas públicas. A Associação Brasileira de Psiquiatria terá representatividade em grupos de trabalho que irão discutir Saúde Mental em Hospitais Gerais. O Ministério da Saúde pretende implantar leitor e sugerir medidas e estratégias para sua expansão e qualificação. A comissão deve dar um parecer ainda em 2008. A ABP e o Ministério ainda serão parceiros em duas comissões: uma de residência médica e outra sobre atenção básica e saúde mental.

Está de parabéns a gestão da ABP pela suas ações pelo aperfeiçoamento da Psiquiatria brasileira e pelo aperfeiçoamento dos cuidados aos portadores de doenças mentais no sistema público de saúde. Esperamos que as próximas gestões da ABP dêem maior atenção à integração de seu trabalho com outras entidades médicas, como a FENAM - Federação Nacional dos Médicos - órgão de representação classista da categoria profissional - e o Conselho Federal de Medicina.

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Comentários

  • Eduardo Fróes  On 1 -dezembro- 2008 at 1:10 pm

    Todo este trabalho da Medicina, em se tratando de Pisiquiatria, será mais abrangente quando dogmas absurdos cairem por terra, como alguns já cairam, mas outros tantos se sustentam na influente e poderosa mística religiosa, que tanto atrazo trouxe, e ainda trás, a toda a HUMANIDADE, principalmente em portadores de distúrbios mentais, pois 90% dos portadores de distúrbios ou doenças mentais são MÉDIUNS que a medicina materialista e as religiões ignoram.
    Mas por muinto, muinto pouco tempo!
    Mais de 90% das doenças mentais dos seres humanos tem origem na sua psíque, os outros 10% são individuos que por necessidade evolutiva já vem com determinações de passarem por aqueles distúrbios para evoluirem.
    Só para ilustrar, com um exemplo o acima exposto, as pessoas que tem problemas de saúde e precisam passar por Hemodiálise, estes seres são seres que em encarnações pregressas estragaram sua saúdecom vícios, principalmente o da BEBIDA…
    Um precioso livro esclarecedor, será lançado em 2009, por um simples estudande do além, grandioso e belo, que foi (DES)tratado pela medicina materialista e foi subjulgado pela igreja católica.
    Usando o raciocínio de William Shakespeare que dizia haver “mais mistério entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia” eu digo que continuam a existir, mas entre o universo e a terra.
    O que não é mais mistério são os interesses das classes em quetão.
    Sigam o exemplo de tratamento de distúrbios mentais da saúde pública da Holanda(país).
    “QUANTO MAIS PERSEGUIDO, MAIS ESCLARECIDO!”
    Eduardo Fróes 66

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