SUS EM CRISE: senador fala de falta de planejamento. Médicos de Alagoas não querem mais atender.

Há momentos em que a mídia não consegue deixar de noticiar os graves problemas que assolam o sistema público de saúde no Brasil. Há matérias, como a epidemia de dengue no Rio, que chegam a ganhar repercussão internacional. Hoje os telejornais falam do morticínio herodiano que vitimou as crianças paraenses, mostrando as precárias condições de funcionamento da maternidade da Santa Casa de Belém do Pará. Não sabemos qual será a percepção da opinião pública diante da revelação da descura do governo paraense com os negócios da Saúde pública. A situação do SUS, recentemente abordada no Congresso da FENAM (Federação Nacional dos Médicos), também chegou à tribuna do Senado.

“O Senador Papaléo Paes, do Amapá (PSDB), criticou hoje, da Tribuna do Senado, a forma de gestão e o planejamento do SUS. A falta de planejamento do Estado impede que o custeio das ações seja realizado eficazmente. A matéria está no Paraíba on line. (veja link no final do Post)

“O senador Papaléo Paes (PSDB-AP), em discurso nesta segunda-feira (30), apontou como uma das principais causas para o mau funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) a falta de planejamento do Estado para que o orçamento necessário ao custeio das ações de atenção à saúde possa ser eficazmente realizado.
Para tornar o SUS compatível com a proposta estabelecida na Constituição, o parlamentar defendeu a aprovação da regulamentação da Emenda 29 , projeto em tramitação na Câmara, como forma de garantir financiamento adequado, permanente, seguro e bem definido no Orçamento da União, dos estados e dos municípios. Além disso, afirmou, são essenciais a organização das três esferas de poder para atendimento universal e de qualidade a toda a população, sem qualquer discriminação ou exclusão; e capacidade operacional para se adaptar a novas demandas e à evolução da ciência médica, ambulatorial e de prevenção.”
O senador defendeu ainda a profissionalização do serviço público na área da Saúde:
“a opinião do senador, para gerir o SUS é preciso deixar de lado a discussão partidária e levar os servidores públicos a adotarem uma “postura de serviço público perante a comunidade a que devem atender”. Isso, afirmou, acaba não se concretizando pela “histórica falta de consciência de prestação de serviço público, próprio de uma brasileiríssima e nefasta tradição cultural de apropriação do público como coisa privada”.

Em Alagoas, as cirurgias feitas pelo SUS irão ser suspensas. A notícia pode ser conferida no link Médicos alagoanos deixarão de fazer procedimentos pelos SUS .

“Os médicos de Alagoas vão deixar de realizar cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir desta terça-feira por conta dos baixos valores pagos pelos procedimentos. Em todo o Estado, apenas o Hospital Universitário (HU) – por ser um hospital público – vai continuar oferecendo o serviço gratuito à população. Os médicos reivindicam que o Estado e os municípios complementem os valores da tabela do SUS, mas até agora não tiveram nenhum posicionamento dos governos.”

Governos municipais e estaduais, em geral pedintes de repasses e verbas federais, são colocados, em razão da municipalização do SUS, em cheque. O governo federal, que repassa a verba, que tem a chave do cofre e arrecada os elevadíssimos impostos que agravam os brasileiros, fica incólume nessas reivindicações. O sistema não funciona e os médicos estão desmotivados a realizar procedimentos de tanta responsabilidade por preço vil, ou quase.

Aí está mais uma faceta dessa crise que se arrasta no SUS. Os gestores querem mostrar suas pequenas realizações, fazer pequenas inaugurações, com festa e propagandas, para tentar convencer o povo de que tudo vai bem. Fazem uma ginástica mental que é pouco convincente para quem realmente entende de assistência médica.

A classe médica, ainda em grande parte comprometida com o sistema público, através de seus órgãos de representação classista e outras entidades médicas, tem apresentado, com insistência teses em defesa da eficiência do sistema público de saúde. A profissionalização dos médicos do serviço público, com empregos próprios do serviço público e remuneração decente, como a de carreiras melhor posicionadas dentro da administração.

link Paraíba on line – Senador critica planejamento no SUS
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