Mais um desdobramento na crise dos serviços públicos do Estado de Minas Gerais, os médicos do Hospital de Pronto Socorro João XXIII da FHEMIG, de Belo Horizonte, tiram indicativo de greve.
Melhores condições de atendimento e valorização do trabalho médico dentro do serviço público resumem as queixas dos profissionais daquela unidade. Até aqui as negociações entre Governo do Estado de Minas Gerais e sindicatos médicos têm sido escassas e pouco produtivas. Este ano os médicos da FHEMIG tiveram aumento de apenas 3%, inferior ao IPCA.
A notícia do movimento dos médicos do Hospital João XXIII pode ser conferida emhttp://www.sinmedmg.org.br/?n1=noticia&codigo=353
31/10/2008
MÉDICOS DO JOÃO XXIII VÃO REALIZAR ASSEMBLÉIA COM INDICATIVO DE PARALISAÇÃO
Médicos do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII voltaram a se reunir em Assembléia Geral Extraordinária (AGE) ontem, 29 de outubro, quando receberam a resposta oficial da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) acerca da pauta de reivindicações encaminhada no último dia 17. O documento não apresentou nenhuma novidade em relação às informações repassadas ao presidente do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, Cristiano da Matta Machado, em reunião com o presidente da Fhemig no dia 23.
Sobre a reivindicação salarial, a Fundação diz que “considerando que o orçamento da Fhemig para 2009 não suporta tais despesas e que qualquer concessão que traga impacto na folha de pagamento do Estado deve ter previsão orçamentária e ser autorizado pela Seplag (Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão), este ponto da pauta será submetido à Secretaria de Estado de Saúde, a fim de que seja discutido, inclusive no âmbito da Mesa de Negociação Permanente SUS e, posteriormente, encaminhado à Seplag.”
Diante da falta de propostas concretas, com proposição de cronograma para atender aos pleitos, os médicos deliberaram por novas e mais expressivas formas de pressão, como a realização de assembléia com indicativo de paralisação na próxima quarta-feira, 5 de novembro, às 19h, no auditório do Hospital. Foi decidido, ainda, que será encaminhada resposta ao ofício da Fhemig que, segundo os profissionais, não condiz com as reais condições de trabalho e apresenta inverdades em relação ao fluxo constante e regular de medicamentos básicos, materiais e realização de exames complementares imprescindíveis na emergência.
A categoria também deliberou que a partir de 3 de novembro, pacientes com classificações de risco azul (casos simples – até quatro horas) e verde (leves – até duas horas) não serão atendidos. A Fhemig informou na última reunião com o Sinmed-MG que o Estado fechou acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte para que estas classificações do Protocolo de Manchester sejam encaminhadas a partir desta data para unidades municipais de saúde, sem necessidade de atendimento prévio pelos médicos do João XXIII. Os profissionais disseram na AGE que independente do cumprimento do acordo pela Fhemig, a partir de segunda-feira estes atendimentos serão suspensos.
Outra forma de protesto será o não preenchimento da Autorização de Internação Hospitalar – AIH para internação no HPS João XXIII. De acordo com Parecer do Conselho Federal de Medicina (PC/CFM/Nº 09/96), o não preenchimento do formulário oficial para emissão de AIH não configura ilícito ético. A medida será adotada a partir das 7h do próximo dia 5 e o documento só será preenchido em casos de transferência.
Fonte: Assessoria de Comunicação Sinmed-MG – 29/10/2008
