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Crise no SUS – Greve de médicos em Ribeirão Preto

A crise do SUS continua provocando greves, protestos, revolta e indignação. A categoria dos médicos é forçada a erguer protestos contra a falta de planos de carreira e remuneração decentes, contra a precarização e terceirização do trabalho médico. Em Minas, um médico em início de carreira ganha menos que um soldado da PM em igual condição. Diferença que se acentua em cidades como Juiz de Fora, onde o vencimento inicial de um médico municipal encosta em mil e trezentos reais.

Trata-se de uma luta política que se prenuncia longa e dolorosa. Na cimeira de todo esse problema está a construção do próprio SUS, feita toda ela na irresponsável ignorância da necessidade de uma política decente de recursos humanos, que deveria ter sido planejada em moldes sérios, como as do Poder Judiciári, do Poder Legislativo, do Ministério Público, da Receita, da Polícia Federal, entre tantos outros exemplos.

Agora vemos mais uma greve: a dos médicos assistentes do HC de Ribeirão Perto. E não é a única!

Ribeirão Preto – Quarta, 29 de Junho de 2011 – 10 h37 ( Atualizado em 29 /06 / 2011 – 11 h18 )

Médicos iniciam greve no HC e fazem panfletagem

De acordo com a assessoria de imprensa do HC, o movimento no hospital segue normal e por enquanto não afeta o atendimento aos pacientes

Os médicos assistentes do Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto entraram em greve nesta quarta-feira (29) , como haviam anunciado no início do mês. O movimento é pacífico e eles entregam panfletos aos pacientes na entrada do hospital.

De acordo com a assessoria de imprensa do HC, o movimento no hospital segue normal. O HC não soube informar quantos médicos estão parados, mas disse que se a paralisação começar a atrapalhar o atendimento, as consultas e procedimentos eletivos ( sem urgência) passarão a ser desmarcados com antecedência. Por enquanto, segundo a assessoria, os pacientes podem comparecer normalmente para as consultas. Os médicos assistentes, que são os que orientam os médicos residentes junto com os médicos docentes, entraram em greve porque reivindicam equiparação salarial com os médicos assistentes da Mater e do Hospital Estadual de Ribeirão Preto. Segundo o HC, na falta dos assistentes, há outros profissionais capacitados para dar a orientação necessária. Um assembleia deve ser realizada durante a tarde para definir os rumos da paralisação. Pela manhã, eles entregaram panfletos na portaria do hospital e a ação deve se repetir em outros horários do dia. Movimento Esta é a segunda greve do ano, já que os médicos assistentes ficaram parados de 4 a 18 de abril. Os assistentes, que representam 43 % dos 1380 médicos do HC, pedem equiparação salarial com os profissionais que atuam no Hospital Estadual e na Mater, que também são administrados pela Faepa (Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência do HC). Nas outras unidades, os médicos ganham R$ 6 ,9 mil por 24 horas semanais, de acordo com o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp). No HC, os assistentes recebem R$ 2 ,1 mil por 20 horas semanais. Se o salário for equiparado, os salários subiriam para R$ 5.750. O HC e o governo estadual afirmam que mantiveram vários contatos com os médicos para evitar a paralisação, mas os grevistas reclamam da falta de propostas. A Secretaria da Saúde do Estado informou nesta terça-feira (28) , por meio de nota, que encaminhou neste mês uma carta- compromisso à categoria, em parceria com a Secretaria da Gestão, de que vai dar rápido encaminhamento ao novo plano de cargos e salários, que deve ser votado na Assembleia Legislativa, ainda em agosto deste ano.

Fonte: http://www.jornalacidade.com.br/editorias/cidades/2011/06/29/medicos-iniciam-greve-no-hc-e-fazem-panfletagem.html