Arquivos de tags: pandemia

Bolsonaro segue com fake news que prejudicam o combate à pandemia, apesar das revelações da CPI da COVID

 É totalmente descabido e confirma o esforço que Bolsonaro faz para facilitar a propagação do vírus. Fake news em cima de fake news, o ex-capitão aloprado agora despreza a saúde do povo com a fake news de que vacinados estão desenvolvendo AIDS, apesar da falta absoluta de conexão lógica entre uma coisa e outra e da inexistência de qualquer estudo sério a respeito. Os horrores tornados públicos a quem interessar possa, pelas revelações da CPI da COVID, não fizeram o presidente repensar suas posturas irresponsáveis. Ele se julga seguro em uma aparente aura de impunidade, em que podres poderes e interesses estranhos o fazem sentir com segurança para mentir, difamar, agredir e desestimular a vacina e as medidas de combate à pandemia. Quem garante a impunidade de Bolsonaro? Até quando vai durar a impunidade de Bolsonaro? A matéria completa sobre as fake news emanadas do Planalto pode ser lida em https://www.brasil247.com/coronavirus/bolsonaro-espalha-fake-news-de-que-pessoas-vacinadas-estao-desenvolvendo-aids 

Bolsonaro espalha fake news de que pessoas vacinadas estão desenvolvendo Aids

Fake news foi espalhada pelo site conspiracionista beforeitnews.com, que publica textos dizendo que as vacinas rastreiam os vacinados e que milhões de pessoas estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida muito mais rápido do que o previsto23 de outubro de 2021, 13:50 h Atualizado em 23 de outubro de 2021, 14:23

(Foto: Reprodução)
Siga o Brasil 247 no Google News

Apoie o 247Clube de Economia

247 – Bolsonaro foi flagrado em sua última live propagando mais uma mentira a respeito da imunização contra a Covid-19. Ele se baseou em uma Fake news espalhada pelo site conspiracionista beforeitnews.com, que publica textos dizendo que as vacinas rastreiam os vacinados e que milhões de pessoas estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida  (AIDS) muito mais rápido do que o previsto. PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Fique por dentro do 247

Receba diariamente nossa newsletter em seu emailEnviar

Vídeo é evidência de participação do CFM no gabinete da cloroquina

gabinete-paralelo-1

(Na foto, vários integrantes do gabinete da cloroquina reunidos)


A reunião conspiratória foi realizada
18 horas do domingo, 19 de julho de 2020.

The Intercept Brasil acaba de divulgar uma verdadeira bomba, mostrando a participação de conselheiros com cargos no Conselho Federal de Medicina em reunião do gabinete paralelo da cloroquina, montado pelo governo com a finalidade de infundir na população a falsa ideia de que havia um tratamento milagroso para COVID e que as pessoas podiam trabalhar tranquilamente, desprezando as medidas não farmacológicas de profilaxia, como o isolamento social, o uso de máscaras e a desinfecção das mãos.

Informa o site The Intercept: "Naquele momento de 2020, a cloroquina, que faz parte do infame kit covid, já era considerada comprovadamente ineficaz contra o vírus que já matou quase 600 mil brasileiros pela agência de vigilância sanitária dos EUA e por estudos da Universidade de Oxford, na Inglaterra, publicados antes da reunião. A Organização Mundial de Saúde, a OMS, já havia suspendido seus estudos com a droga como possível tratamento para a covid-19.  Hoje, sabe-se ainda mais: o uso da droga aumentou a mortalidade pela doença."

A matéria pode ser lida em No gabinete paralelo, vice do CFM incentiva uso de cloroquina (theintercept.com)

O vídeo, onde se vê diretores do CFM incentivando o uso inadequado de cloroquina, pode ser visto em https://youtu.be/z91YrNJRn1I

Carlos Wizard, ouvido na CPI, estava presente. Ele é tido como um dos articuladores do gabinete paralelo.

"Além dos conselheiros do CFM e de Wizard,  dezenas de pessoas participaram do encontro, como a médica Nise Yamaguchi, e dois ocupantes de cargos de nomeação política no Ministério da Saúde: a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde, Mayra Pinheiro (que ficou conhecida como Capitã Cloroquina) e o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos, Hélio Angotti Neto. Todos eles tinham interlocução direta com Bolsonaro e outros propagandistas do movimento pelo ineficaz tratamento precoce da covid-19.

Promover a ideia de um remédio milagroso contra a doença era estimulado pelo presidente da República para que a população saísse à rua, apesar dos riscos, na esperança de movimentar a economia."

O extremismo da autonomia médica contra as evidências levantado como bandeira pelo presidente do CFM

IMG_0858(capa do livro “O Médico e o Monstro”, de R. Stevenson, da editora Principis)

Em maio de 2020 já não havia qualquer evidência da eficácia da cloroquina contra a COVID, seja na forma de um suposto “tratamento precoce” ou do ainda mais ridículo e inaceitável tratamento preventivo (https://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2020/05/21/nao-ha-evidencias-que-cloroquina-seja-eficaz-em-prevencao-ou-tratamento-da).

A OMS contraindica o uso desse “tratamento precoce” (https://noticias.uol.com.br/confere/ultimas-noticias/2021/03/23/tratamento-precoce-covid-cloroquina-nao-funciona.htm).

Bastou o presidente da República, negacionista da “gripezinha” que levou mais e 600 mil vidas, deixando um rastro de dor e sofrimento em milhões de brasileiros, aparecer em lives exibindo caixinhas de cloroquina, como propagandista de laboratório farmacêutico que apareceram médicos bolsonaristas, em grita, defendendo uma Medicina contra as evidências e respaldados por um conselho (CFM) que levou a um radical extremismo o conceito de autonomia médica.

O presidente do CFM recusou declarar a ineficácia da Cloroquina para COVID, rejeitando evidências e recomendação da OMS (https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,cloroquina-nao-deve-ser-descartada-contra-a-covid-so-por-pesquisas-diz-presidente-do-cfm,70003863514), sendo por isso alvo de críticas das associações médicas que reúnem especialistas em tratamento de COVID (https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,presidente-do-cfm-e-criticado-por-associacoes-medicas,70003864105.amp). Além de tudo foi crítico da ação investigativa da CPI da COVID, que permitiu que a opinião pública tomasse conhecimento da condução errática do governo na pandemia. As declarações do presidente do CFM não reflete a exigência da Ciência, nem a da Ética Médica e nem a maioria dos médicos. Falou para agradar o médico bolsonarista que é barulhento nas redes sociais, mas não é o modelo do médico brasileiro.

Afinal, quem é esse médico bolsonarista médio?

Transcrevemos um excelente artigo que bem o descreve:

Diagnosticando o “médico bolsonarista”

Wilson Gomes

Doutor em Filosofia e professor titular da Faculdade de Comunicação e do programa de Pós Graduação em Comunicação e Cultura da UFBA. É também coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD), rede de laboratórios associados que envolve 20 instituições.

(Revista Cult)

Dos tipos políticos mais extravagantes encontrados no fundo desse abismo em que nos encontramos, o “médico bolsonarista” é um dos mais intrigantes. O enigma começa com as duas palavras que o designam: ele é médico por substantivo, quer dizer que exerce um ofício considerado nobre em qualquer sociedade, que consiste em curar e salvar vidas; mas é também bolsonarista, por adjetivo, portanto filiado a uma atitude política que, como sobejamente demonstrado a este ponto da nossa odisseia pandêmica, coloca a identidade tribal e o fanatismo em um lugar infinitamente superior ao apreço por vidas humanas e à missão de cuidar e curar. A tensão entre o substantivo e o adjetivo parece indicar um paradoxo. Na verdade, trata-se de um oximoro, como em “claro enigma”, “som do silêncio” ou “instante eterno”. Também neste caso, o adjetivo devora, anula ou contradiz o substantivo. O “médico bolsonarista” é, portanto, uma contradição ambulante, que só a singularidade da fauna dos abismos poderia comportar.

Não se enganem supondo a superioridade do substantivo sobre o adjetivo. O “médico bolsonarista” não é um médico que também é bolsonarista, mas um bolsonarista que ganha a vida exercendo a medicina. O bolsonarismo é que o define, posto que a ele se subordina tudo o mais o que a pessoa é, como pai, amigo, vizinho e, naturalmente, profissional da área de saúde. Não terá escrúpulos de usar, por exemplo, o prestígio, a distinção e a autoridade que a sociedade lhe concede por ser médico para fazer propaganda para a sua facção política mesmo em matérias e posições que violem francamente o seu juramento e ponham em risco a saúde dos seus pacientes, pois ele é primeiro um missionário de uma crença e o soldado de uma causa. A medicina vem depois disso, para ser usada como argumento de autoridade e facilitar a inoculação desta subespécie de bolsonarismo que surgiu na pandemia, o bolsonarismo clínico.

Chegou-se ao ponto que as mídias sociais estão cheias de exemplos de médicos autoconcedendo-se um upgrade ao status de cientista, mas não para ajudar as pessoas e as autoridades neste momento em que mais se precisaria deles, e sim para neutralizar o que prescreve e recomendam as autoridades de saúde mundo afora e para desqualificar os poucos consensos que a comunidade científica internacional tem conseguido sobre os modos corretos de se enfrentar o vírus. Ele não descobre nem cria conhecimento, ele os sabota, exorbitando da sua autoridade.

Médicos não são cientistas, são graduados e, eventualmente, pós-graduados em medicina, e não pesquisadores com anos de laboratório, publicações científicas e um título de PhD para início de conversa. O “médico bolsonarista”, contudo, não reconhece a distinção e pontifica em vídeos no WhatsApp, no Instagram ou no YouTube “desmascarando” a ciência e “revelando” a verdade sobre a Covid-19 que, por coincidência, é a mesma do bolsonarismo e dos negacionistas e e dos militantes antivacinas pelo mundo. Baseados em quê? Em ciência não é, porque o campo científico da saúde, nos dias que correm, publica diariamente centenas de estudos clínicos sobre Covid-19, que o profissional médico que está atendendo não tem a mínima condição de revisar. Mas o “médico bolsonarista” não se baseia na ponta de lança da ciência nem nas deontologias básicas da sua área, e sim nos embustes tribais da extrema-direita sobre o comunismo e o globalismo, mas, também, sobre epidemiologia, virologia e farmacologia e medicina.

Médicos não são cidadãos e, portanto, não podem ter sua própria ideologia política? Bem, para começar, é certamente superestimar o estágio atual do bolsonarismo considerá-lo uma ideologia. Seria supor algum sistema, um conjunto de valores coerentes, uma visão de mundo e de país. Como ouvi esta semana do embaixador Marcos Azambuja, pensar o bolsonarismo como ideologia é tentar encontrar algum método nessa loucura. A posição antivacina, a insistência em pseudomedicamentos, a negação e minimização da doença tem qualquer coisa a ver com ser de esquerda ou direita, conservador ou liberal? Nada. Não há um por quê nem para quê nesse comportamento e nessa convicção, como é claro neste momento para qualquer pessoa lúcida. Não se trata, portanto, de ideologia, de uma perspectiva minimamente coerente, mas de uma atitude e de umas concepções avulsas e avessas à racionalidade que, per se, são claramente incompatíveis com a visão de mundo da própria medicina.

Além disso, embora muitos médicos tenham se recuperado da patologia bolsonarista com o choque de realidade que tomaram com a pandemia, ainda há mais médicos no bolsonarismo do que qualquer outra classe profissional, exceto talvez policiais, milicianos e profissionais da área de segurança em geral. O que é de causar perplexidade, pois os médicos e os profissionais da área de saúde estão dentre os que pagaram o preço mais alto em vida e sacrifícios pessoais pela pandemia que nos assola há um ano. E são estes mesmo médicos os que sabem por experiência pessoal, nos plantões excruciantes, na experiência da morte e da doença do pessoal da linha de frente bem como de seus colegas e amigos, o quanto a mais completa falta de atuação produtiva do governo levou a este morticínio. Por que insistem em ficar do lado da peste em vez de lutar contra ela?

Infelizmente, o bolsonarismo

não infectou a classe médica

com tal intensidade e

velocidade por acaso.

Lastimavelmente, há uma

cultura da classe médica

brasileira – quer dizer, um

conjunto de significados,

mentalidades e valores

compartilhados coletivamente

– que é majoritariamente

conservadora e elitista.

E não me venham com corporativismos, pois disso sabem muito melhor que eu os médicos e profissionais de saúde que, por sorte, são dissidentes e reativos a esses valores dominantes. Foi esse elemento conservador e elitista do DNA da classe médica que serviu como porta de entrada do vírus do bolsonarismo no organismo da corporação e dos seus profissionais. E é o que tanto dificulta a recuperação dos pacientes.

A história da simbiose entre médicos e a extrema-direita pode ser registrada em vários momentos dos oitos anos que nos trouxeram ao abismo. Assim, em 2013, vimos o médico protobolsonarista assediando médicos cubanos nos aeroportos, enquanto, em 2015, assistimos ao médico antipetista em manifestações, com seus jalecos brancos, gritando “Dilma Vaca” e denunciando a infiltração comunista por meio do Programa Mais Médicos. Em 2018, fomos finalmente apresentados ao médico bolsonarista declarando não atender filhos de petistas, desejando malignamente que petistas importantes viessem parar no seu plantão, e compartilhando fake news (“até cair o dedo”) sobre kit gay, a grana de Lulinha e o perigo comunista em seus grupos de WhatsApp. Sim, as nossas pesquisas constataram que os grupos de médicos são das mais importantes correias de transmissão de fake news bolsonaristas no Brasil.

Durante todo o ano de 2020 vimos o médico bolsonarista, sob o olhar silente ou cúmplice do Conselho Federal de Medicina, sabotando as medidas da OMS, promovendo e prescrevendo falsos medicamentos, negando a pandemia e minimizando as mortes dela decorrentes. Muitos o fazem até hoje. Não temos mais, em 2021, contudo, o benefício da ignorância com respeito a de que lado está o bolsonarismo no morticínio a que assistimos, estarrecidos, todos os dias.

Os médicos e outros agentes da área de saúde não podem mais honestamente alegar desconhecimento ou dúvida. Os doutores que continuam desafiando a OMS e o senso comum mundial prescrevendo ivermectina e cloroquina como se tivesse cabimento fazer de uma prescrição a um paciente enfermo um statement político, os doutores que gravam e postam vídeos de WhatsApp negando a letalidade da pandemia ou atacando o isolamento social e o lockdown, esses doutores já não são mais apenas um constrangimento moral, como os que insultaram cubanos ou gritavam palavras de baixo calão contra a ex-presidente. São a negação de tudo o que a medicina deve ser para as pessoas. Quando estamos morrendo à razão de mais de 4 mil brasileiros por dia, a quem recorreremos se o médico que nos atender pode estar mais interessado em defender sua facção política e suas crenças tribais do que em nos tratar?

O bolsonarismo na classe médica, além de uma patologia moral, virou uma doença intelectual e uma moléstia profissional que leva o acometido a sacrificar tudo – toda e cada uma das crenças da medicina e do seu sublime contrato com a humanidade – no altar do seu fanatismo ideológico. Hoje, depois de tudo o que sabemos sobre a doença e a sua letalidade, quando os erros cometidos são cristalinos e ninguém pode alegar ignorância ou inocência, o “médico bolsonarista”, essa triste entidade, é basicamente um colaboracionista, um dócil e empenhado soldadinho de jaleco branco do bolsonarismo e da sua Solução Final.

Wilson Gomes

A cumplicidade do CFM diante do morticínio pela pandemia. “Falta alguém em Nuremberg”.

“O Conselho Federal de Medicina (CFM), em nome dos mais de 530 mil médicos brasileiros, vem publicamente manifestar sua indignação quanto a manifestações que revelam ausência de civilidade e respeito no trato de senadores com relação a depoentes e convidados médicos no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia.” (Verificado às 16:15 de 17/10/21 em https://portal.cfm.org.br/noticias/cfm-publica-mocao-de-repudio-em-defesa-do-medico-ao-respeito-e-a-civilidade-na-cpi-da-pandemia/) Esse manifesto do órgão que deveria fiscalizar o exercício ético da Medicina foi publicado em 02 de junho de 2021, ocorrido no dia 01/06/21, confira em https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2021/06/4928231-acompanhe-o-depoimento-de-nise-yamaguchi-na-cpi-da-covid.html ). Ele tem endereço certo, a defesa de uma médica que, contra todas as evidências científicas, defendia tratamentos alternativos comprovadamente ineficazes contra a COVID, inclusive a aplicação de ozônio via retal.

O CFM usava um conceito alargado de “autonomia médica”, alheio à evidência e à bioética, como se médicos fossem deuses e se a prescrição off label não fosse algo experimental, que merecesse um acompanhamento sistemático e próximo.

O CFM não falava em nome dos 530 mil médicos brasileiros, mas em nome de minorias barulhentas em redes sociais e agrupadas em camarilhas no WhatsApp e outros aplicativos do celular, gente que mal se conhece, perfis fake e que fazem uma comunicação fragmentária e ocasional em um meio vulnerável a falsificações e fake news. A prova é que figuras de destaque da Medicina brasileira sempre questionaram o comportamento do CFM.

“Médicos como Drauzio Varella, Margareth Dalcolmo, Paulo Niemeyer, Daniel Tabak, Ligia Bahia, Roberto Medronho, Benilton Bezerra, Daniel Becker, Fabio Miranda, Gonzalo Vecina, Jurandir Freire, Paulo Chapchap e Paulo Lotufo lançaram manifesto questionando a representação do Conselho Federal de Medicina quanto à recomendação da cloroquina para tratamento da covid-19. “Como médicos, comprometidos com a melhoria da saúde no país, discordamos de posições do Conselho Federal de Medicina contrárias à apuração das responsabilidades e omissões para o enfrentamento da pandemia de covid-19”.” ( Confira em http://informe.ensp.fiocruz.br/noticias/51892 ).

O CFM esteve, por seu uso temerário da ideia de autonomia médica, associado à liberação do ineficaz e perigoso kit COVID. Isso era um discurso do presidente da República e de setores empresariais, que achavam que as medidas não farmacológicas de prevenção da pandemia causariam impactos em atividades produtivas e que era preciso iludir a população com a informação falsa de que seria possível vencer a COVID com medicamentos. Em julho de 2020, todos já sabiam que havia evidências suficientes para saber que esses medicamentos eram ineficazes. O CFM foi protagonista de uma farsa, associando-se a um governo que propugnava o negacionismo e era citado como mau exemplo para o mundo no combate a COVID. O resultado desse equívoco foram 600 mil mortos. A posição do CFM sobre o kit COVID foi contestada publicamente (https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2021/04/19/especialistas-defendem-comunicacao-ciencia-e-vacina-contra-pandemia ).

O presidente do CFM, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, atacou a CPI da COVID, que deixou em evidência a prática nefasta dos hóspedes do poder contra a pandemia. Disse o sr. Mauro:”“Os membros da CPI deixaram clara sua opção de dar palanque àqueles que mantém um discurso alinhado com determinada visão, distante da realidade enfrentada pelos médicos na linha de frente contra a covid-19, e não dar voz ao Conselho Federal de Medicina (CFM) como representante daqueles que têm dado o máximo na luta contra essa doença, às vezes com o sacrifício de sua própria saúde ou vida” (Confira em https://congressoemfoco.uol.com.br/area/congresso-nacional/presidente-do-cfm-acusa-cpi-de-narrativa-falaciosa-apos-investigacao/ ). O termo “narrativa” é comum nas bocas bolsonaristas para se referir a declarações coerentes que não os agradam. Afinal, não são amigos de narrativa e sim de teorias conspiratórias. As palavras traíram o sr. Mauro.

Em claro descaso contra as 600 mil vítimas dos erros do governo no combate à pandemia e dos fracassos, repetidos em ecos, dos tratamentos precoces falsos contra a COVID o sr. Mauro do CFM atacou o mensageiro (a CPI da COVID) e não negou sua aliança indefectível com os falsos tratamentos. (https://www.cartacapital.com.br/cartaexpressa/investigado-presidente-do-cfm-ataca-cpi-e-diz-que-nao-mudara-recomendacao-sobre-remedios-ineficazes/ ).

O Sr. Mauro Luiz de Britto Ribeiro, do CFM, já tem ficha suja. Ele é acusado de faltar mais de 800 plantões na Santa Casa de Campo Grande, em MS, onde trabalhava e é objeto de processo movido pelo Ministério Público. (Confira em https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/2021/02/19/ministerio-publico-pede-demissao-de-presidente-do-conselho-federal-de-medicina-apos-medico-faltar-873-vezes-ao-trabalho-na-santa-casa-de-campo-grande.ghtml ).

Agora, o homem que não fazia os plantões que deveria fazer, afrontando claramente o Código de Ética Médica, aparece em público para defender os falsos tratamentos precoces, usados como cortina de fumaça numa tentativa vã de justificar a conduta errática de um governo que, por sua inércia, pela propina da vacina que atrasou a vacinação do povo brasileiro, permitiu que tivéssemos mais de 600 mil mortos na pandemia, enlutando famílias e amigos e trazendo dor e sofrimento ao país inteiro.

Falta alguém em Nuremberg.

A COVID volta a assustar o Brasil. Já é a segunda onda?

Muitos questionam se o Brasil está recebendo o impacto de uma segunda onda de infecções por COVID antes que a primeira tenha passado. O fato é que, independente de onda, atendimentos e internações em enfermaria e UTI estão aumentando.

Domingo, 22 de novembro de 2020 – a taxa de ocupação de UTI por COVID no Rio chega a 92%.

Medidas restritivas que visam diminuir aglomerações e facilitar o isolamento social haviam sido relaxadas na cidade.

Muitos falam de segunda onda, que teria começado sem que a primeira tivesse sido completamente superada.

A falta de uma liderança do governo federal no combate à pandemia, a testagem deficiente e o descaso com o distanciamento social contribuem para a propagação do vírus e suas consequências.

Informou o G1:

“No domingo (22), a taxa de ocupação dos leitos de UTI exclusivos para pacientes com o novo coronavírus na rede SUS do Rio tinha o mesmo índice do mês de maio. Secretaria Municipal de Saúde se diz preparada e não acredita em segunda onda da doença.”

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/11/23/rj-tem-aumento-de-casos-de-covid-19-e-taxa-de-ocupacao-de-leitos-de-uti-na-rede-sus-chega-a-92percent.ghtml

E o portal Money Times:

“A taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) para covid-19 pelo Sistema Único de Saúde (SUS) chegou a 92% na cidade do Rio de Janeiro, no dia de ontem (22). É a maior ocupação desde 12 de junho deste ano, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.”

https://www.moneytimes.com.br/ocupacao-de-leitos-publicos-de-uti-para-covid-19-chega-a-92-no-rio-de-janeiro/

Também o portal do jornal Valor Econômico registrou a espantosa alta na ocupação de UTIs:

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/11/23/rio-tem-alta-de-casos-de-covid-19-e-ocupacao-de-utis-publicas-chega-a-92percent.ghtml

Essa situação se repete em muitas outras cidades. Causou estranheza saber que o Ministro da Saúde não distribuiu os testes necessários para estados e municípios, que ficaram estragando em depósitos. Grande parte da sociedade contra trabalho ao governo federal, que parece inerte e acomodado diante da pandemia. O governo federal ainda não explicou o que fará com os estoques gigantescos de cloroquina que Bolsonaro mandou fabricar e que estão encalhados. Nunca houve comprovação científica de que cloroquina fosse cura para COVID.

Médica “pela verdade” é denunciada por induzir pacientes a mentir em exames

Fundadora do Médicos Pela Verdade em Portugal, anestesiologista é investigada por ensinar pessoas a mentir para enganar testes de COVID e produzir falsos negativos.

Essa conduta monstruosa e criminosamente foi denunciada na imprensa portuguesa.

Diz o site do jornal Público ( em https://www.publico.pt/2020/11/23/sociedade/noticia/cofundadora-medicos-verdade-receitou-estrategias-enganar-testes-covid19-1940367 ):

“As queixas contra a desinformação dos “Médicos pela Verdade” acumulam-se na Ordem dos Médicos. Esta segunda-feira, o Observador deu conta de uma série de mensagens na aplicação Telegram, em que a anestesiologista e co-fundadora da página, Maria Gomes de Oliveira, terá procurado passar receitas e conselhos sobre como ludibriar os testes à covid-19.”

“O objectivo dos que procuravam ajuda da médica era tentar obter resultados negativos, que as permitisse manter os contactos habituais. Entre os vários conselhos para eliminar “todos os restos virais” das fossas nasais e da garganta, onde são recolhidas as amostras através das zaragatoas, Maria de Oliveira terá recomendado limpeza constante dessas áreas, “alimentos frescos e variados com muita fruta e legumes”, jejum antes do exame, repouso, entre outras “ajudas”.”

A picaretagem chegou ao conhecimento da imprensa pelo acesso a mensagens de aplicativos de celular nas quais a “médica pela verdade” ensinava as pessoas a mentir. Muito grave difusão de fake news e essas atitudes contrárias à saúde pública.

Mau exemplo para o mundo, Brasil na pandemia é igual orquestra sem maestro

A pandemia tem causado muita dor e apreensão no Brasil. Diante da falta de liderança e coordenação do governo federal, municípios, estados e grande parte dos magistrados têm se desdobrando para garantir condições mínimas de sanidade. O quadro geral é semelhante a uma orquestra sem maestro.

O Brasil tem sido um mau exemplo na condução da crise sanitária decorrente da pandemia. Não se sabe, com exatidão, o quanto de estado a desinformação tem causado. Como consequência disso há um certo desleixo em relação a medidas conhecidas e eficazes para reduzir a propagação do vírus: distanciamento social, uso de máscara e higiene das mãos com álcool gel ou água e sabão. O resultado disso é um número expressivo de mortes, infecções e ocupação de leitos hospitalares em decorrência da pandemia.

O presidente da República diz, demonstrando falta de conhecimento, de sensibilidade e de informação, que a segunda onda é “conversinha”. Esses diminutivos são lamentáveis, como aquela de que COVID era resfriadinho ou que “todo mundo morre um dia”, como se não houvessem mortes evitáveis. Prosseguem as ondas de fake news relacionadas com a pandemia. Muitas são desprovidas de qualquer coerência e fundamento. Como essa que diz que médicos alemães (sem citar qualquer instituição séria ou referencias em revistas científicas reconhecidas) teriam descoberto que as mortes por COVID seriam causadas por uma bactéria e que o sinal 5G teria algo a ver com isso.

Publicação em:

https://www.google.com/url?rct=j&sa=t&url=https://oglobo.globo.com/fato-ou-fake/e-fake-que-medicos-alemaes-descobriram-que-mortes-por-coronavirus-sao-causadas-por-uma-bacteria-que-covid-19-amplificada-pelo-5g-1-24745254&ct=ga&cd=CAEYAioUMTU1NTE1MzAyNjcxNDI3OTQ4NTcyHWVmZjRmZDFiNTQ1MzA0MDk6Y29tLmJyOnB0OkJS&usg=AFQjCNGDZ5NVJnk1FkTfDPjGheXtGDPENQ

Em São Paulo, médicos de 14 hospitais privados já informaram aumento do número de internações por COVID.

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/11/13/einstein-registra-aumento-de-internacoes-por-covid-19-medicos-de-outros-14-hospitais-privados-da-capital-ja-apontavam-alta.ghtml

Enquanto isso podemos ler em https://www.brasildefato.com.br/2020/11/13/indicacao-de-militar-para-cargo-na-anvisa-e-tiro-de-bolsonaro-contra-a-saude que Bolsonaro, que já tem um ministro da saúde que não é da área de saúde, nomeou mais um militar para cargo na ANVISA. O ministro da Saúde foi escolhido porque Bolsonaro não queria um gestor de saúde competente no cargo, mas alguém que se curvasse à sua vontade e não se recusasse a avalizar as ideias presidenciais baseadas em fatos alternativos, pós-verdade e pseudociência, colhidas em redes sociais, de gurus e falsários de todos os tipos.

Orquestra sem maestro. Nau sem rumo. Assim está o Brasil na pandemia. E o medo de adoecer e morrer, ao lado do risco concreto de que isso aconteça, continua povoando o dia a dia da população.

Manifestação na Rodoviária de Brasília em defesa do SUS e de protesto contra erros da crise sanitária

Ato em forma de cortejo fúnebre na Rodoviária de Brasília foi em defesa do SUS e protesto pela má condução da saúde pública pelo governo Bolsonaro.

——————————————————-

Ato público na Rodoviária de Brasília foi em defesa do SUS e de protesto contra a forma desastrosa que o governo federal vem conduzindo a saúde pública no Brasil.

“O objetivo do ato cênico, no formato de cortejo fúnebre, foi  para questionar o modo com que o governo Bolsonaro tem atuado em relação à saúde pública brasileira.”

https://jornaldebrasilia.com.br/cidades/manifestantes-protestam-em-defesa-do-sus-na-rodoviaria-de-brasilia/

Pá de cal na cloroquina. Brasil tem o maior estoque encalhado de cloroquina do mundo.

O uso de cloroquina contra COVID não é apenas ineficaz, é também prejudicial. Tanto a ineficácia do medicamento para COVID, quanto seus efeitos colaterais, são bem estudados e conhecidos atualmente.

Trump chegou a exaltar a cloroquina, dizendo que COVID tinha cura farmacológica. Quando ele mesmo teve COVID-19 não foi tratado com cloroquina. Paradoxalmente Trump era um negacionista, negava a gravidade da pandemia e seu potencial maligno.

Bolsonaro também foi negacionista, negando a gravidade da pandemia, subestimando o número de mortos e os riscos da doença.

Na esteira de Trump e Bolsonaro, médicos brasileiros identificados com grupos políticos que se declaram “de direita”, começaram a propagandear pelas redes sociais a cloroquina. Não se apoiavam em evidências científicas. Em muitas dessas publicações, vídeos e áudios que circulavam em redes sociais e repicavam em aplicativos de mensagens, era prometida uma cura milagrosa pela cloroquina, a ponto de fazer as pessoas não temerem a doença, porque havia doutores dizendo que havia um remédio que tudo resolveria. Além disso, os médicos negacionistas, ao menos parte deles, investiam raivosamente contra as medidas de prevenção necessárias e eficazes: o uso de máscaras, a higiene das mãos com água e sabão ou álcool gel e o isolamento social, apesar de todas as evidências científicas favoráveis a esse uso.

Os doutores negacionistas iam mais além. Levantavam um possível “tratamento preventivo” ou “tratamento precoce”, usando essa mesma cloroquina.

Sabendo que a cloroquina e hidroxicloroquina não têm efetividade comprovada contra COVID e que têm importantes efeitos colaterais, já conhecidos a nível clínico e, agora também, em nível molecular (confira a divulgação científica em https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/hidroxicloroquina-pode-causar-efeito-grave-diz-estudo,33e36add777387c11a72a27514137781iez6tvn4.html), sabemos que foi, no mínimo, uma temeridade, recomendar seu uso massivo contra a pandemia.

“O estudo não indica quais são os efeitos colaterais possíveis pois precisaria ser feito com um organismo vivo. A pesquisa utilizou apenas a interação molecular. “Analisar os efeitos é um trabalho médico. Fizemos a interação do DNA com o fármaco. Na literatura se encontra efeitos que vão de diarreia a psicose. Mas nosso trabalho foi feito a nível molecular”.

O lado mais sombrio dessa história é que essa facção de profissionais aceitava a desorientação do governo federal na luta contra a COVID, que tornou o Brasil um caso de fracasso na luta contra a pandemia e levou muitas vidas. Somos o segundo país do mundo em número de vítimas da pandemia e somos a sexta população do planeta. Países mais populosos, como China,Indonésia, Índia e Paquistão, conseguiram melhores êxitos no enfrentamento da pandemia. Só os Estados Unidos conseguiram ficar em situação pior.

A cloroquina é indefiras, tem efeitos colaterais importantes, que a impedem de ser usada massivamente e não serve de desculpa para o fracasso do governo federal nas suas ações e inações contra a pandemia. E Bolsonaro não deve satisfação apenas à família dos mortos. Tem que explicar por que gastou bilhões de dinheiro público para produzir milhões de comprimidos de cloroquina no laboratório do Exército. Talvez o Brasil tenha o maior estoque encalhado de cloroquina do mundo.

Pandemia, desinformação e negligência governamental no Brasil

Segundo o presidente da República o Brasil é um país de maricas, em razão dos cuidados que grande parte da população e gestores locais tomaram para o enfrentamento da pandemia. (Confira em https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2020/11/10/tem-que-deixar-de-ser-um-pais-de-maricas-diz-bolsonaro-sobre-covid-19.amp.htm e, quem quiser ver e ouvir a declaração de Bolsonaro ao vivo e em cores pode conferir em https://youtu.be/RVoJld9fsjE ) Ao governo federal faltou liderança e capacidade para lidar com a crise sanitária. O resultado foi o expressivo número de contaminados e mortos. Nesse quesito o Brasil, sexto país do mundo em população, ficou em segundo lugar no ranking da tragédia, ficando apenas atrás dos Estados Unidos.

A influência negativa de informações falsas no aumento de casos de contaminação por coronavírus é coisa muito óbvia e conhecida.

Pesquisa demonstrou que em cidades onde Bolsonaro foi bem mais votado, o número de casos de contaminação por COVID foi maior.

Este estudo deixa claro que pessoas que acreditam no presidente são mais propensas a não cuidarem das medidas de higiene e prevenção necessárias para diminuir os casos do COVID.

Informações falsas sobre a doença influenciam negativamente a capacidade das pessoas se prevenirem.

“O levantamento cruzou dados de expansão da doença com o resultado na votação em 1º turno nas eleições presidenciais de 2018 nos 5.570 municípios brasileiros. Os resultados mostram que, para cada 10 pontos percentuais a mais de votos para Bolsonaro, existe aumento de 11% no número de casos de contaminação pelo novo coronavírus e de 12% no número de mortos pela doença.” Diz a matéria publicada em: https://www.poder360.com.br/coronavirus/estudo-identifica-efeito-bolsonaro-em-cidades-com-mais-casos-de-covid-19/

Ontem à tarde, pelo que foi informado, o Brasil tinha 163.368 mortes e 5.747.660 casos confirmados, dizem secretarias de Saúde.

O Ministro da Saúde, mesmo sendo pessoa alheia à área e colocado no cargo para se submeter às mais tolas vontades do presidente, discorda do Bolsonaro quando diz que COVID não é uma “gripezinha”

“O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, admitiu nesta quarta-feira (11) não estar “completamente” recuperado da covid-19 e disse ainda sentir efeitos da doença.”

(Publicado em https://br.noticias.yahoo.com/pazuello-diz-nao-estar-completamente-recuperado-da-covid-doenca-complicada-172225529.html )

“Não estou completamente recuperado, é claro. É uma doença complicada. É difícil você voltar ao normal, mas a gente já consegue trabalhar um pouquinho. É o primeiro dia de atividade no trabalho”, falou Pazuello em cerimônia no ministério.”

Não somos um país de “maricas”, Excelência. Todo mundo tem que evitar doenças, especialmente a COVID, que é potencialmente mortal, que já levou a vida de mais de 160 mil brasileiros. “Todo mundo vai morrer um dia”, mas há mortes que tem que ser evitadas. Mortes que Vossa Excelência não fez nada para evitar. Por isso, podemos acusar Vossa Excelência de negligente diante da pandemia.