Sindicato Expresso 157

SINDICATO EXPRESSO 157

Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e da Zona da Mata de Minas Gerais

Juiz de Fora, 13 de fevereiro de 2009.

Editorial

Anuidades, taxas e impostos afetam o orçamento da maioria dos médicos.

As entidades médicas – Conselhos, sociedades de especialidades, associações médicas, federações – ao estabelecer os valores das contribuições a serem pagas, não deveriam virar as costas para duas realidades que afligem a classe médica. A primeira é o pesado agravo tributário que atinge os profissionais, em especial nos primeiros meses do ano. A segunda é o baixo nível da remuneração dos médicos, em especial no serviço público (SUS). Sem a consideração dessas realidades e agindo na ignorância delas, os dirigentes de entidades médicas responsáveis pela fixação dos valores dessas anuidades, taxas e contribuições, estarão oprimindo a maioria da categoria profissional. Ao contrário, seu dever moral é defender os médicos. Inclusive economicamente.

Facilitar o pagamento de anuidades, taxas, contribuições e assemelhados, que são irrigadas com dinheiro saído dos bolsos dos profissionais, e analisar detidamente os valores a serem pagos torna-se uma obrigação. Os Conselhos Regionais de Medicina vão retirar quase quinhentos reais de cada profissional. Considerando a média da remuneração dos profissionais, avaliada pelo próprio Conselho Federal, em estudo sobre a situação dos médicos brasileiros e considerando o vencimento dos profissionais do serviço público, é fácil concluir que essa quantia é pesada. E a ela se somam outras obrigações de pagar, como anuidades de sociedades de especialidades, contribuições sindicais, etc. Além disso, o Imposto de Renda, que é cruel com os médicos, impostos municipais (IPTU, ISSQN), etc. A realidade econômica da Medicina no Brasil contemporâneo deve ser considerada. Não dá para fingir que os doutores estão ganhando mal e agravá-los sob pesadas contribuições. Eis um fato que não pode ser retirado de cena. Por mais que se finja ignorá-lo.

Nota de Esclarecimento:
A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. O que é?


Uma das contribuições cobradas é a ”contribuição sindical”. Apesar do nome, ela é um imposto, de pagamento obrigatório, instituído por Lei Federal e extensivo a todos os trabalhadores brasileiros, de todas as categorias profissionais. Destina-se à manutenção e funcionamento da entidades sindicais, que são responsáveis pela defesa dos interesses de cada categoria profissional O valor dessa contribuição não é fixado por cada Sindicato, é determinado pelo Ministério do Trabalho, com informações dadas por confederação e federação à qual cada sindicato é vinculado obrigatoriamente. No caso dos médicos, esse valor é fixado com subsídios dados pela Confederação Nacional dos Profissionais Liberais e pela FENAM – Federação Nacional dos Médicos. Ele corresponde, em tese, a um dia de trabalho por ano de cada trabalhador. Esse valor é arrecadado por cada Sindicato. O Sindicato que recebe fica com 75% do valor arrecadado. 18,8% do total vão para a FENAM. 6,25% vão para a Confederação Nacional dos Profissionais Liberais (CNPL).


JUIZ DE FORA: SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA ESTÃO SOB AMEAÇA


A motivação para o trabalho dos profissionais da saúde que atuam em áreas de urgência e emergência depende do reconhecimento material pelo seu trabalho. No caso da Prefeitura de Juiz de Fora, como os salários, especialmente dos médicos, são pífios, os profissionais recebem gratificações que fazem com que sejam compensados pelo desgaste de um trabalho intenso e sujeito a grande estresse ocupacional.

As condições de trabalho também são colocadas em questão. O vereador Castelar (PT), em pronunciamento na Câmara Municipal (10/02/2009), deu ciência aos representantes do povo de que existe desabastecimento na unidade. Faltam ítens básicos e uma infiltração havia causado sérios problemas na UTI do Hospital. Em outro pronunciamento (12/02/2009), o vereador Flávio Checker (PT) referiu-se à unidade como ”o CERESP da Saúde”, em alusão ao grande número de apenados internados no HPS. O Hospital, além de sua função assistencial, desempenha um papel de contribuir para minimizar as consequências da falência do sistema penitenciário.

Em que pesem condições de atendimento precárias e os pífios salários dos médicos da Prefeitura de Juiz de Fora, quando foi noticiado, no dia 12 de fevereiro de 2009, que o Prefeito havia lançado um pacote que previa um corte de 18 milhões nas despesas da Prefeitura e que parte desse corte seria no pagamento de gratificações e vantagens aos funcionários, uma luz de alerta acendeu nos corredores do HPS e outras unidades que atendem urgências e emergências. O corte nas gratificações pagas nesse setor pode causar um grande desgaste e deixar de atrair e fixar profissionais para atuarem nesses serviços essenciais, comprometendo a normalidade e regularidade de seu funcionamento.

Prova de que essa situação tem que ser vista com o devido cuidado é o fato do HPS estar com os plantões de cirurgia nos finais de semana seriamente desfalcado, a ponto de comprometer o seu funcionamento. Em caso de uma calamidade, como um acidente com muitas vítimas ou desabamentos, o atendimento, certamente, ficará comprometido. E não há profissionais que se sintam atraídos para preencher as vagas existentes. Essa situação, se houver cortes de gratificações e vantagens no HPS, certamente irá se generalizar. O Sindicato deve manifestar esse temor à opinião pública, à classe política, aos demais sindicatos, às autoridades e a todos os interessados no bom funcionamento do sistema público de Saúde.
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Comentários

  • SINTET-BA  On 23 -julho- 2009 at 10:05 pm

    Enviamos no dia 06 de abril de 2009 para o MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO – MTE um oficio de Nº 0.128-2009 pedindo extensão do numero de parcelas do seguro desemprego de 5 para 7 parcelas, já que nossa categoria sofre bastante com a crise mundial, principalmente por que a maioria das empresas são de capital estrangeiro (Italiana, Portuguesa, Espanhola, Americana e Mexicana).

    Recebemos um oficio do MTE Nº 390/SE-CODEFAT/DES/SPPE que remete a:

    Nota Técnica Nº 304/CGSAP/DES/SPPE/MTE.
    Nota Informativa Nº352/2009/CGET/DES/SPPE/MTE.

    As quais são favoráveis a extensão em ate 2 parcelas a mais do que esta estabelecido, obedecendo alguns pré-requisitos.

    Isso sim que é fazer sindicalismo!!! É buscar sempre defender os interesses da categoria em todas as esferas, pois somos seus representantes eleitos para isso, contamos também com o apoio dos nossos parlamentares.

    SAUDAÇÕES SINDICAIS,

    Direção SINTET-BA

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  • SINTET-BA  On 6 -julho- 2009 at 9:15 pm

    4 de julho Dia do operador de telemarketing

    PARABÉNS,

    Pelo importante trabalho que a nossa categoria desempenha, sempre com muita dedicação, a data merece ser celebrada com bastante orgulho. Somos quase 850 mil trabalhadores em todo o Brasil.

    Saibam que mesmo no cenário adverso saímos de uma zona de conforto (ostracismo), e partimos para a luta, por entender que a nossa categoria precisava de algo ou alguém que encampasse esta bandeira no estado, a bandeira da especificidade, não quer dizer isolamento sindical ou político, mais de sabemos bem o que queremos e fazemos, como fazemos e por que fazemos, pois as pessoas de nosso grupo, não caíram de para quedas, mas enfrentaram todas as adversidades em nome da representação de uma categoria que surgiu nos anos 90 e vem buscando mudar transformar a realidade dos nossos dias.

    Hoje, o telemarketing é uma profissão de suma importância para o crescimento do nosso país. E, diante disso, a sua regulamentação está cada vez mais próxima de ser conquistada. O Sintet não tem medido esforços para que a profissão de operador de telemarketing seja reconhecida pelos órgãos públicos competentes e pela sociedade.

    Com atuação intensa e bastante combativa, os diretores do Sindicato têm feito ações junto aos deputados e aos senadores, no sentido de garantir a valorização da nossa categoria e, acima de tudo, que o telemarketing seja considerado de fato profissão pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

    Você, trabalhador, que valoriza o que faz como profissão, não pode deixar de contribuir com mais essa luta. Contamos com sua mobilização e participação para garantir melhores condições de trabalho, valorização e crescimento da nossa profissão.
    Parabéns pelo seu dia!

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