Estado
Simed diz que terceirização da Saúde é atestar incapacidade do Estado
10/06/2011 10h20
“Terceirizar a gestão da Saúde pública é o mesmo que o Estado assinar um atestado de incapacidade de gerir aquilo que lhe é obrigação e que foi conferido pelo povo do Tocantins no dia do voto”. A opinião é da presidente do Sindicato dos Médicos do Tocantins (Simed), Janice Painkow, em entrevista ao CT na tarde desta quarta-feira, 8, ao comentar a assinatura do convênio entre o governo do Estado a Confederação das Santas Casas de Miseridórdia (CMB), nessa terça- feira, 7, em Brasília.
Segundo Janice, não é apenas o Simed que se posiciona contrário à terceirização da gestão hopistalar. “Mas todas as entidades médicas do país, como o Conselho Federal de Medicina, Federação Nacional dos Médicos, Associação Médica Brasileira e Sindicato dos Médicos”, afirmou. Opinião semelhante sobre a terceirização já foi expressa pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Tocantins (Sintras), cujo presidente, Manoel Miranda, afirmou que a terceirização é “atestado de incompetência do Estado, cuja maior parte do seu tempo foi governador pelo governador Siqueira Campos”.
A presidente do Simed criticou também o fato do Estado “importar” profissionais para executar os serviços necessários para a melhoria da Saúde, decretada em estado de calamidade pública pelo governador Siqueria Campos (PSDB), no dia 19. “Será se é preciso trazer pessoas
de fora para gerir a Saúde. A incapacidade é dos profissionais da Saúde, do povo tocantinense ou é da gestão do Estado? É uma pergunta que precisamos fazer”, afirmou. A terceirização, segundo Janice, é uma forma de facilitar ao Estado burlar leis e prestações de contas.
Alternativa
Segundo a presidente do Sindicato dos Médicos, o governo do Estado tem alternativas para melhorar a Saúde sem precisar terceirizar a gestão e sugeriu ao governo do Estado que conheça como funciona o sistema de Saúde Pública no Acre. “Recentemente visitei o Estado do Acre, inclusive junto com o Ministro da Saúde [Alexandre Padilha], e não temos nenhuma clínica particular no Tocantins que supere um hospital público do Acre. Tudo feito sem terceirização, pelo Estado, com gestão própria. Quando os gestores entendem de como funciona a Saúde Pública, eles conseguem colocar o sistema para funcionar”, contou. De acordo com Janice, o intuito das entidades médicas é ajudar a melhorar a Saúde pública. (Da assessoria)

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