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SUS EM CRISE – Vale tudo: Prefeituras precarizam o SUS infringindo Constituição e até a CLT

Expedientes cada vez mais prejudiciais aos médicos estão sendo adotados por governos municipais. Em muitos casos, como nesse de uso de pessoa jurídica, viola-se ao mesmo tempo a Constituição Federal, que exige concursos públicos para o acesso ao serviço público e a CLT, porque empregado não pode ser contratado com pessoa jurídica nesses casos. A precarização e a ilegalidade proliferam, prejudicando o funcionamento do SUS. Falta vontade política para constituir carreiras que sejam capazes de atrair e fixar os médicos necessários ao atendimento da fração majoritária da nossa população.

Leiam essa matéria publicada em http://www.tnonline.com.br/noticias/apucarana/45,120400,14,01,terceirizacao-dribla-falta-de-medicos.shtml

Terceirização dribla falta de médicos
Sem candidatos em concursos, cidades aderem a credenciamento de profissionais com CNPJ para não desassistir população

Antoniele Luciano – da Tribuna do Norte – Diário do Paraná

Para driblar a falta de médicos inscritos nos concursos públicos municipais, prefeituras da região estão aderindo cada vez mais ao credenciamento de médicos que possuam Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). É a terceirização do setor. Em Apucarana, chamamentos públicos estão abertos para ajustar contratos de trabalho com pediatras, ginecologistas e clínicos gerais para atendimento comum e plantão nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

De acordo com informações obtidas junto à coordenação do Programa Saúde da Família da Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana (AMS), já faltam médicos em até quatro postos de saúde. Com isso, alega o órgão, a contratação, considerada legal por se tratar de pessoa jurídica, é vista como forma de evitar que a população seja desassistida.

Será necessário contratar pelo menos quatro clínicos gerais através do credenciamento, segundo o PSF. Além do atendimento nas UBS’s, há demanda para o cumprimento de plantão nos postos em que há funcionamento até às 22 horas. Também será preciso contratar mais pediatras e ginecologistas, caso surjam médicos interessados em se credenciar, em razão de uma demanda constante. As maiores baixas entre os credenciados seriam em virtude de residências médicas de especialização.

O salário previsto em edital no chamamento público é de R$ 5.265,70 para uma jornada de 40 horas semanais. O prazo máximo para credenciamento varia de acordo com a especialidade médica, podendo ser consultado no http://www.apucarana.pr.gov.br. Quase 30% dos médicos da rede não são concursados. De 32, 23 são efetivos.

O prefeito de Apucarana, João Carlos de Oliveira (PMDB), avalia que a baixa procura de médicos em concursos realizados no município reflete a escassez de profissionais. “Hoje, se tem ofertas de todos os tipos. Têm profissionais que começam a trabalhar em um lugar e depois mudam para outro, que oferece uma oferta mais vantajosa”, destaca.

Sentença obriga médicos a trabalharem sem receberem salários ou honorários

FAX SINDICAL 966 – 23.11.2011
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Sindicato do Médicos de Juiz de Fora e da Zona da Mata de Minas Gerais.
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ATENÇÃO MÉDICOS DA PREFEITURA DE JUIZ DE FORA.

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ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
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O ano de 2011 termina. Os médicos da Prefeitura estão com seus salários defasados. A Prefeitura de Juiz de Fora não realiza concursos públicos. O  SUS  de Juiz de Fora enfrenta os piores momentos de sua história. O Prefeito Custódio de Mattos não recebe o Sindicato dos Médicos para discutir a crise do SUS.

VAMOS DISCUTIR A CONTINUAÇÃO DA LUTA DOS MÉDICOS DE JUIZ DE FORA.
ASSEMBLÉIA NO DIA 06 DE DEZEMBRO DE 2011, TERÇA-FEIRA, 19 HORAS E 30 MINUTOS, NA SOCIEDADE DE MEDICINA E CIRURGIA. MOBILIZE OS COLEGAS, PARTICIPE. NOSSA LUTA VAI CONTINUAR.

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CRISE NO SUS: INDIGNIDADE NO TRABALHO

Trabalhar de graça é algo inconcebível depois da Lei Áurea. A Constituição determina que o acesso do trabalhador ao serviço público deve ser feito mediante concurso público. Mas, quando se fala em saúde, tudo isso é desconsiderado.

O Poder Judiciário tem planos de cargos e salários e seus servidores são concursados. Não sabemos de casos de juízes terceirizados, de escrivães contratados por cooperativas ou de oficiais de justiça com vínculo empregatício com intermediadores de mão de obra. Os salários do Poder Judiciário situam-se em uma média bem superior aos do Poder Executivo, principalmente quando se trata de servidores da área da saúde.

Diante disso causa estranheza um meritíssimo, naturalmente com remuneração condigna a seu cargo, ordenar que médicos vinculados a uma cooperativa, exercendo indevidamente funções de servidor público, voltarem ao trabalho sem a devida remuneração. Esse pensamento de que um serviço de saúde possa funcionar de qualquer jeito, bastanto existir e abrir suas portas, contraria a ciência, a lógica e o bom senso. Atende ao apelo demagógico do clientelismo e do humanitarismo de oportunidade.

Pouco importa que essas cooperativas desvirtuadas estejam lesando direitos trabalhistas dos médicos, estejam lesando a Previdência, estejam corrompendo o serviço público e a natureza de sua prestação. Pouco importa que esses médicos, com seus direitos lesados, não tenham sequer recursos para pagar o transporte para seus locais de trabalho, uma vez que estão sem receber. Pouco importa se tenham direito a férias, décimo terceiro ou se tenham plano de cargos, carreira e vencimentos. Pouco importa que esses médicos de cooperativas não irão ter direito a uma aposentadoria condigna. A sentença do meritíssimo é peremptória: voltem a trabalhar e esperem que o governo cumpra a sua promessa de pagar a cooperativa desvirtuada para que ela os pague. O serviço tem que ser mantido com o sacrifício dos direitos mais elementares dos que trabalham em setor tão essencial. Quando é que vão respeitar e conceder a devida dignidade a quem trabalha com essa arte e ciência de cuidar da vida humana nos seus momentos mais aflitivos?

O meritíssimo, por óbvio, deve ter um bom plano de saúde e recursos para custear tratamento particular. Diferente é a sorte da população que depende de um SUS abastecido com mão de obra desvirtuada e sucateada, por profissionais a quem não se dá o devido respeito, recorrendo-se a formas de contratação que ferem o Direito do Trabalho, a Previdência e a Constituição Federal. A Lei, de ser o laço que une a sociedade, estará se transformando em instrumento de opressão?

A matéria está em http://diariodopara.diarioonline.com.br/N-146350-JUSTICA+DETERMINA+RETORNO+DOS+MEDICOS.html

Justiça determina retorno dos médicos

O juiz federal Alexandre Buck Medrado Sampaio, da 1ª Vara da Justiça Federal, atendeu ao pedido do Ministério Público Federal e ordenou aos médicos cooperados da Amazomcoop (Cooperativa dos Profissionais de Saúde da Amazônia) que voltem imediatamente a atender nos serviços de urgência e emergência da capital paraense.
O juiz obrigou a cooperativa a continuar o serviço por 30 dias, prazo que o Estado e o Município de Belém têm pararegularizar os pagamentos. Tanto aos entes públicos quanto à Amazomcoop foi imposta multa de R$ 50 mil diários em caso de descumprimento.
“Se é certo que ninguém pode trabalhar de graça, também é certo que em face do inadimplemento parcial, não podem subitamente 70% dos médicos da rede pública de saúde, simplesmente, pararem de atender à população carente do município, principalmente nos chamados Hospitais de Pronto-Socorro”, diz o juiz na decisão.
Ontem, a Amazoncoop passou o dia em reunião com a sua assessoria jurídica, para estruturar as condições de volta ao trabalho, preparação de escalas e acionar os cooperados. O atendimento será retomado a partir das 7h.
A despeito da ação cautelar do MPF, os médicos da cooperativa voltam ao trabalho mediante o pagamento de R$ 5,9 milhões referentes a cinco meses de débito da prefeitura municipal de Belém.
Em nota no site da cooperativa , o presidente Luiz Fausto confirmou que a Sesma efetuou o pagamento total até o mês de outubro. “Estamos muito satisfeitos com o fim desta saga”, disse ao DIÁRIO por telefone.
No entendimento de Fausto, o despacho de Medrado Sampaio deixa claro que todas as reivindicações são legítimas, e determina que a cooperativa retorne imediatamente às atividades, mas por um período de 30 dias.
Segundo Fausto, o mês de novembro ainda está sem contrato. “A Sesma abriu espaço para novas negociações quando pagou os débitos atuais. Vamos sentar e negociaros meses de novembro e dezembro que ainda estão por vir.
Nos hospitais, clima foi de incerteza e angústia ontem
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) afirma que falta dinheiro para melhorar a saúde em Belém, mas a cada três meses, o que se vê é sobra de recursos. Segundo relatório da própria Sesma, entregue à Câmara Municipal, em junho de 2010, por exemplo, restaram R$ 39,6 milhõesna conta da atual gestão. E enquanto a matemática confusa da secretaria continua sem explicação, milhares de pessoas enfrentaram uma luta em busca de serviços de saúde. Sem estrutura adequada e, agora, sem médicos,o dia de ontem foi novamente de caos.
No rosto de Vânia Teixeira as gotas de suor se confundiam com lágrimas. Era quase meio-dia e ela e o pai ainda aguardavam em pé, sob o sol, a liberação do corpo de Salatiel Teixeira, vítima de uma hemorragia estomacal no Hospital de Pronto-Socorro Mário Pinotti, em Belém. A demora ocorreu porque não haveria médicos para assinar o atestado de óbito. “Está cheio de morto aí (no hospital), mais de 10, e não tem médico”, denunciou. O corpo de um jovem de 14 anos também aguardaria o documento formal.
Junto à dor pela perda do irmão, Vânia se sentia também revoltada pelo descaso com que ele supostamente fora tratado. “Demos entrada no sábado, porque ele já vinha perdendo sangue e em todos esses dias nada foi feito. Nem o sangue que doamos no Hemopa (Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará) foi repassado pra ele”, denunciou.
Segundo ela, o irmão só foi colocado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) na segunda-feira, quando já estava muito debilitado. “A gente se sente impotente, porque não estamos aqui porque queremos. Se tivéssemos condições, jamais viríamos nos arriscar aqui”, afirma.
A dona de casa Marilene Cordeiro não escondia a felicidade de voltar para casa depois de quatro dias inteiros dentro do PSM do Umarizal. Ela só queria esquecer o que vira lá dentro. “Esse hospital está um sufoco. É tanta gente doente precisando de atendimento e aguardando no chão, em cadeira. Dá pena”, conta. Já se acomodando na ambulância que a levaria a Mãe do Rio, ela conta que temeu pela vida do filho. “Era só uma apendicite, mas demorou tanto para fazerem a cirurgia nele que eu estava desesperada”, afirmou.
Em frente ao PSM do Guamá, a situação era mais branda, mas somente na entrada. Recebendo todos que procuravam atendimento, a unidade enchia cada vez mais de doentes. E lá dentro, segundo denunciavam familiares que aguardavam do lado de fora, o cenário erade completa bagunça. “Tem gente no chão, em pé, esperando desocupar pelo menos uma maca, pra depois ver um leito”, conta a dona de casa Elizabeth Siqueira. Moradora do município de Acará, ela veio a Belém para internar a prima de 15 anos que estava com o rosto tomado por bolhas, mas se surpreendeu ao saber que além de lutar pela internação ainda teria que arcar com gastos financeiros. “Disseram que não tem remédio e queeu preciso com urgência comprar esse aqui, mas não tenho dinheiro”. Situação que, mais uma vez, diverge da apresentada pela Sesma no relatório de gestão de 2010. Segundo o documento, cerca de R$ 8 milhões estavam disponíveis para solicitações da Farmácia Básica, mas não foram gastos.
FUNCIONÁRIOS
“O que poderíamos fazer em 20 minutos, estamos levando até duas horas para resolver”. A afirmação é de uma técnica em enfermagem que trabalha no PSM do Umarizal. Com a paralisação dos médicos da Amazoncoop,que correspondem a 70% do efetivo de urgência e emergência, o dia também foi de incertezas para funcionários. “Não tem médico, nem atendimento, nada nos PSMs. A única coisa que podemos fazer é encaminhar os pacientes com traumas para o Hospital Metropolitano, mas até quando eu não sei, porque lá também está ficando sobrecarregado”.
Há 13 anos na função, ela afirma que enfermeiros e técnicos da Sesma estão tentando minimizar a situação, mas pouco pode ser feito.
Outra técnica em enfermagem, lotada na Unidade de Saúde do Telégrafo, conta que a paralisação tem gerado uma verdadeira via-crúcis na busca por locais que aceitem os pacientes. Ao meio-dia, depois de ser barrada no PSM do bairro do Umarizal, ela respirou aliviada ao conseguir internar no Pronto- Socorro Humberto Maradei,no Guamá, uma senhora que tivera um ataque de epilepsia e precisava, com urgência, de um neurologista.“Temos medo que nessa confusão algum paciente venha a falecer dentro da ambulância. Sem contar que não temos certeza de que haverá atendimento mesmo”. (Diário do Pará)

A TERCEIRIZAÇÃO É UMA QUESTÃO “TORMENTOSA E ATORMENTADORA”, DIZ PRESIDENTE DO TST EM AUDIÊNCIA PÚBLICA

A terceirização é uma questão “tormentosa e atormentadora”, diz presidente do TST em audiência pública

05/10/2011

Para Artur, o Brasil precisa avançar em um modelo de desenvolvimento com garantia total de direitos dos trabalhadores

Escrito por: Marize Muniz

Qual a estratégia de crescimento que os brasileiros consideram adequada para que o Brasil? Esta pergunta, feita pelo ministro João Orestes Dalazen, presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), norteou várias intervenções feitas durante a audiência pública sobre terceirização realizada nesta terça-feira (4), na sede do TST, em Brasília.

Coincidentemente, nos últimos meses, o presidente da CUT Artur Henrique vem propondo a mesma reflexão a representantes do parlamento, do governo e do movimento sindical. Tanto para Artur quanto para Dalazen, todos temos de pensar no futuro, especialmente, na estratégia de desenvolvimento que queremos para o país.

Artur disse, durante sua intervenção, que “a CUT defende um modelo de desenvolvimento que não privilegie o crescimento econômico e, sim, um que pense em desenvolvimento.” Neste sentido, disse o dirigente, “a regulamentação da terceirização é fundamental para que os direitos dos trabalhadores sejam garantidos”.  

Para o presidente da CUT, é inadmissível o Brasil alcançar o posto de 4ª ou 5ª maior potência do mundo, como prevêem alguns economistas, sem resolver problemas como distribuição de renda e garantia total dos direitos dos trabalhadores.

“Nos próximos anos o Brasil pode ocupar o posto de 4ª ou 5ª maior potência do mundo e nós ainda convivemos com um enorme desrespeito aos trabalhadores. Se vamos ser uma potência, não podemos continuar sendo o 70º país em distribuição de renda; nem assistir a centenas de trabalhadores serem vítimas de acidentes de trabalho, muitas vezes fatais, por falta de investimentos das empresas em treinamento, qualificação”, argumentou o sindicalista.

Para Artur, é preciso aproveitar a conferência do trabalho decente para dialogar abertamente sobre o modelo de desenvolvimento que estamos criando para nossos filhos, para o mundo. Não podemos esquecer que o mundo mudou, disse ele, completando: “Agora, não basta registrar altos índices de crescimento, é preciso discutir como crescer, qual a qualidade dos empregos que estamos criando. Todos lembram da década de 70. Durante a ditadura militar o Brasil cresceu, foi a época do milagre econômico, mas não teve valorização do trabalho, não teve desenvolvimento”.

Na sequência, Artur elencou rapidamente os problemas da terceirização para o trabalhador – gera trabalho precário, salários mais baixos e aumenta os riscos de acidente e morte no trabalho – e deu alguns dados da pesquisa feita pela subseção do Dieese da CUT Nacional sobre terceirização (clique aqui para ler a pesquisa).

Em sua intervenção, o presidente do TST, afirmou que a terceirização é um fenômeno irreversível na estrutura produtiva capitalista e, por isso, exige uma releitura “sem áreas de escape”. Segundo ele, não se trata de um conceito jurídico que sofre a influência dos fatos, mas o contrário. “São os fatos da organização capitalista que investem sobre o arcabouço jurídico laboral, exigindo da Justiça do Trabalho esforços interpretativos para a compreensão dos resultados e efeitos dessa inovação”.

Dalazen explicou que o ponto central da questão, do ponto de vista da jurisprudência, está na conveniência da manutenção do critério atualmente utilizado para definir a terceirização lícita da ilícita – a distinção entre atividade meio e atividade fim. “Será que tal critério não é demasiado impreciso e de caracterização duvidosa e equívoca, ao ponto de não transmitir a desejável segurança jurídica?”, questiona.

O ministro lamentou a ausência de uma lei geral disciplinadora dos limites da terceirização e ressaltou a necessidade urgente de um marco regulatório “claro e completo” para a matéria, tanto para a Administração Pública quanto para a iniciativa privada. Neste sentido, Dalazen espera que a audiência pública motive também a discussão do tema no congresso Nacional. “Aspiramos a uma legislação equilibrada, que compreenda toda a abrangência do fenômeno, que vai além da organização da produção e gera efeitos sociais nefastos”, afirmou.

O presidente da CUT ratificou as falas de Anselmo Luiz, do CESIT/Unicamp, e Clemente Ganz Lúcio, coordenador do Dieese, que afirmaram que a terceirização “é uma forma de reduzir custos e direitos e não de inovação tecnológica”.

Para eles, no entanto, a terceirização não é irreversível como disse o presidente do TST. Assim como a sua criação, o seu fim ou uma regulamentação que proteja os trabalhadores depende apenas da correlação de forças, de vontade política, que o presidente do tribunal inclusive já demonstrou ter ao realizar esta audiência pública.

Para Clemente, o Brasil só pode ser considerado desenvolvido quando acabar com a desigualdade, inclusive a provocada pela terceirização, que criou uma espécie de trabalhadores de segunda categoria, com menos direitos, menos saúde e segurança. “Queremos ter uma economia que cresce, com alto desempenho de competitividade, emprego decente, renda, cuidados”.

Clemente propôs algumas diretrizes para a mesa e o público presente refletirem sobre a terceirização, entre elas a de que não é possível mais pensar no trabalhador como mercadoria. Portanto, disse Clemente, “não cabe transformar pessoas em objeto econômico, ou seja, não cabe nenhuma possibilidade de existir empresa de alocação de mão de obra, empresa terceirizada tem de ter fim definido. Não queremos alocar pessoas no padrão de desenvolvimento que queremos”.

O presidente da CUT, Artur Henrique, corroborou a fala de Clemente e completou dizendo que é importante todos saberem que “não correlação entre geração de emprego e terceirização – o que gera emprego é desenvolvimento econômico. E a pesquisa que apresentamos para vocês confirma esta afirmação”.
http://www.cut.org.br/destaques/21318/a-terceirizacao-e-uma-questao-tormentosa-e-atormentadora-diz-presidente-do-tst-em-audiencia-publica

SOS MÉDICOS JUIZ DE FORA – ENTIDADES MÉDICAS E AUTORIDADES REAGEM AO EMBUSTE E PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO MÉDICO NO SUS

FAX SINDICAL 931 – 15 DE AGOSTO DE 2011

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De: Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora

Assunto: 1 – Entidades médicas e autoridades reagem contra precarização ilegal do trabalho médico no serviço público e contra concursos que oferecem salários vis.

dois – Médicos de Juiz de Fora farão nova Assembléia dia 16 de agosto – ainda não há acordo entre Prefeitura e Sindicato – aguardamos diálogo entre Sindicato dos Médicos e a Profa. Maria Helena Leal Castro, nova secretária de saúde.

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MOVIMENTO MÉDICO EM LUTA PELO BRASIL

CREMERJ DENUNCIA E PEDE BOICOTE A CONCURSO DA PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO

Em atitude exemplar e esclarecedora, compatível com a luta pela dignidade médica o CREMERJ publicou nota nos principais jornais do Rio de Janeiro denunciando concurso convocado pela Prefeitura.

Eis o teor da nota:

ALERTA AOS MÉDICOS
Concurso sim,
Embuste não!

É histórica a luta dos médicos por concurso para o serviço público, meio constitucional e democrático de acesso aos seus quadros. Para desacreditar o concurso público e o próprio movimento médico, a prefeitura do município do Rio de Janeiro lançará edital com vagas para médicos com salário de R$ 1.500. O CREMERJ repudia essa afronta à categoria médica.

Queremos concurso sim! Porém, pelo piso salarial de R$ 9.188,72, estipulado pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam).

Recomendamos aos médicos que não façam sua inscrição nesse concurso por se tratar de uma farsa.

Márcia Rosa de Araujo
Presidente do CREMERJ

A exigência de certame público para o ingresso nas várias categorias do serviço público está expressa na Constituição, Artigo 37, II. Esse dispositivo constitucional tem sido lesado por vários governos estaduais e municipais, criando uma situação trabalhista e jurídica difícil para os médicos, insegura e precária. Um verdadeiro banditismo que segue impune apesar dos escândalos, do roubo de direitos trabalhistas, da descaracterização do serviço público em área tão essencial e sensível.

Por outro lado, situação humilhante tem surgido, como, por exemplo, concurso público aberto no município de São José de Ribamar, no Ceará que oferece salário de 540 reais para médicos. Um colega chegou a comentar que paga mais para sua empregada doméstica, que também trabalha cerca de 20 horas semanais e disse que, desse jeito, preferia contratar um médico de São José Ribamar para limpar sua casa por 540 reais. Mas o CRM local reagiu e publicou nota pedindo boicote ao concurso. E mais, ameaçou os médicos que assumirem esses empregos de processo ético por aceitarem trabalho por preço vil.

A Prefeitura de Juiz de Fora tem salário inferior a 1.500 reais. Os médicos de Juiz de Fora esperam que o CRM MG tenha a mesma coragem que teve o CREMERJ para defender a dignidade profissional.

A precarização do trabalho médico no serviço público tem rendido lucros políticos e financeiros a muita gente, mas tem diminuído o valor da Medicina e da saúde pública aos olhos dos médicos e dos gestores públicos. Um caso claro dessa desonestidade está noticiado no jornal “O Globo” de hoje.

Estado pagou R$ 354 milhões a 26 cooperativas de médicos sem assinar contrato

13/08 às 21h20 Fábio Vasconcellos (fabiovas@oglobo.com.br)

RIO – Foi na França, entre o fim do século XVIII e início do XIX, que o direito adotou definitivamente a exigência de contratos formais na administração. O objetivo era garantir responsabilidades e punir os desvios por meio de um documento reconhecido pela Justiça. Embora essa exigência tenha sobrevivido ao tempo e se espalhando por vários países, ainda hoje há casos na gestão pública em que prevalece o chamado acordo informal, medida que dificulta a fiscalização do uso dos recursos, além de contrariar a legislação. É o caso da Secretaria estadual de Saúde. Entre 2007 e 2010, o órgão pagou R$ 354 milhões a 26 cooperativas médicas, sem assinar qualquer contrato prévio com essas entidades, que são responsáveis por fornecer mão de obra às unidades de saúde. O dinheiro foi repassado seguidamente, por termos de reconhecimento de dívida, um instrumento que autoriza os pagamentos, mas não dispensa a assinatura de contratos.
A situação desses pagamentos na saúde, uma das áreas mais críticas do estado, consta de um relatório feito por técnicos do Tribunal de Contas do Estado (TCE) em julho. Do total desembolsado pela secretaria, cerca de 52% foram para três cooperativas: Trust, Multiprof e ServiceCoop. No documento, os técnicos do tribunal alertam para o fato de que esses pagamentos sem contrato ferem a Lei de Licitações. O entendimento é o mesmo de Manoel Messias Peixinho, professor de direito administrativo da PUC-Rio. Consultado pelo GLOBO, ele classificou o caso como uma “irregularidade gritante”, em se tratando de órgão público. O professor diz que o caso das cooperativas não se enquadra nem mesmo em situações emergenciais, em que se poderia dispensar a concorrência pública, mas nunca a assinatura de contrato formal:
– Essa prática é absolutamente ilegal. Todas as contratações da administração pública devem ser precedidas de um contrato formal. Isso está claro na Lei de Licitações, que impõe não apenas essa exigência, como também a de se realizar uma concorrência para escolher o prestador de serviço. “Portanto, a ilegalidade nesse caso chega ser gritante e pode ser alvo de uma ação criminal contra quem deu a autorização.”

Como se vê, essas cooperativas são meros “gatos”, nome que se dá na zona rural aos intermediadores de mão de obra que contratam bóias-frias. São cooperativas desvirtuadas que roubam direitos trabalhistas de médicos e deturpam o serviço público, ofendendo a própria Constituição. Elas criam bóias frias da Medicina, mas transferem milhões dos cofres públicos para os bolsos de alguns.

Em Juiz de Fora, o Sindicato dos Médicos já entrou com notificações judiciais contra a Prefeitura pela falta de médicos nos serviços de urgência e com ação contra a terceirização das UPAs. Também, na última semana, o Sindicato notificou judicialmente a Prefeitura contra o anúncio da precarização de médicos para trabalhar em ESF, oferecendo enganosamente salário inexistente. Nenhum médico da Prefeitura de Juiz de Fora tem salário de 7.500 reais, por mais essenciais, importantes e de alta responsabilidade que sejam suas funções.

Em uma luta necessária essa dos médicos. Defende o SUS e a dignidade profissional e do serviço público. Cada entidade médica deve fazer sua parte. Omissão é covardia e trai a categoria profissional. Em Juiz de Fora nossa luta se reveste de grande importância, porque a atual administração está empurrando, por vários e sérios equívocos, o SUS para o abismo. O SUS em Juiz de Fora enfrenta a pior crise de sua história. Defender o SUS, como faz o Sindicato dos Médicos, é defender o interesse geral da população de Juiz de Fora.

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AVISO SINDICAL – Nova Assembléia Geral Extraordinária. Será no dia 16 de agosto de 2011, 19 horas e 30 minutos, na Sociedade de Medicina. A participação de todos é importante. Assembléia cheia fortalece a categoria. Lembramos aos médicos municipais e municipalizados: ainda não há acordo entre Sindicato e Prefeitura. Os salários continuam vis. Médicos estão pedindo demissão. A Prefeitura não realiza concursos públicos, as condições de trabalho dificultam o exercício ético da Medicina. O movimento médico continua. Informes importantes serão passados na Assembléia.

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ATENÇÃO MÉDICOS TERCEIRIZADOS – MATERNIDADE TEREZINHA DE JESUS E FUNDAÇÃO HU – ESTAMOS EM AGOSTO – MÊS DA DATA BASE DO SINDICATO COM AS ENTIDADES PRIVADAS DE SAÚDE – PROCUREM O SINDICATO E APRESENTEM SUAS REIVINDICAÇÕES. A HORA É AGORA.

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O Fax Sindical está no Twitter em http://twitter.com/faxsindical e também pode ser lido em http://telegramasindical.blogspot.com

Crise no SUS Rondônia paga serviços superfaturados a médicos terceirizados

A terceirização é cara, abre caminho para a corrupção e desconhece a constituição, abolindo o concurso público. Aqui vemos mais um caso de abuso.

Publicada em 09/06/2011 – 15:04   /  Autor:  Adão Gomes

Governo de Rondônia contrata médicos com salários superfaturados

Médicos terceirizados vão receber 13 vezes mais do que os de Rondônia

Diante dos problemas na saúde pública, o governo de Rondônia toma uma atitude no mínimo escandalosa: contrata médicos ganhando 13 vezes mais do que os profissionais do Estado.

A denúncia foi feita pelo Sindicato Médico de Rondônia, entidade defensora da classe médica. Segundo Dr. Rodrigo Almeida, presidente do SIMERO, o Governo do Estado através da Secretaria Estadual de Saúde contratou médicos do Rio de Janeiro para fazer cirurgias ortopédicas nos hospitais públicos. Cada cirurgia vai custar para o cofre público R$ 1.250,00 reais, sendo esse valor 13 vezes maior do que o preço de tabela pago a um médico de Rondônia ou a um servidor público concursado.


Ainda de acordo com Rodrigo Almeida o contrato já foi firmado pela Sesau. O médico terceirizado poderá realizar até oito cirurgias ortopédicas por dia, recebendo o valor de R$ 1.250,00 cada, ao fim de cada dia o valor pode chegar a 10 mil reais. Dr. Rodrigo explica que cumprindo a carga horária normal de um medico publico, um único profissional terceirizado poderá ganhar até 120 mil reais. “Isso simplesmente ridiculariza o servidor público da saúde”, desabafa.

Para o presidente do SIMERO o paciente que por ventura venha a ter complicação ou seqüela após a cirurgia terá que procurar um profissional aqui do Estado para continuar o tratamento, pois o contrato caríssimo com os médicos terceirizados é temporário. “O médico daqui terá que prestar assistência pós-cirurgia enquanto os outros levam o dinheiro”.

Outra gravidade é a falta de divulgação se os médicos terceirizados são mesmo habilitados, sendo mais um risco para a população. Já o servidor público estadual precisa comprovar sua habilitação e especialização para atuar na área de saúde.
O Sindicato Médico repudia a atitude do Governo do Estado em contratar profissionais médicos de outros estados com salários exorbitantes em detrimento aos profissionais que há anos atuam nas unidades de saúde e não são reconhecidos como merecem. Outro grave problema é que esse valor não vai direto para as mãos do médico terceirizado, mas sim para empresas envolvidas no processo de contratação.

Valorização do servidor
O Sindicato Médico de Rondônia defende a valorização do servidor público, especialmente do profissional de medicina que desenvolve suas atividades nas unidades de saúde em cada município. Esse profissional de medicina argumenta Dr. Rodrigo, deve ser mais valorizado bem como os enfermeiros e demais servidores públicos atuantes na área da saúde.

http://www.rondoniadinamica.com/arquivo/governo-de-rondonia-contrata-medicos-com-salarios-superfaturados,26278.shtml

BRASIL : CRISE NO SUS – Governo da Paraíba quer contratar médicos baratos para trabalhar sem registro no Estado

Assistencialismo inconseqüente leva governo da Paraíba a querer desregulamentar a Medicina e a Constituição, contratando e nomeando trabalhadores para serviço público sem o devido concurso.

Em nome da necessidade de atender a todo custo, causam iatrogenia e aniquilam as normas que tornam éticos os exercícios profissionais. Essa política é como servir comida envenenada a um faminto, alegando a necessidade de aliviar a fome.

CRM quer impedir contratação de médicos do RJ; Governo aciona Justiça

04/06/2011 | 19h38min

O Governo do Estado acredita que o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) tem dificultado o acerto com os médicos do Hospital do Trauma. No entender do Palácio da Redenção, além de dificultar o retorno imediato dos médicos prestadores de serviço, o CRM agora está querendo impedir que o Governo contrate 10 médicos do Rio de Janeiro para que trabalhem em caráter emergencial na Paraíba.

A ação do órgão seria em nome da defesa do médico paraibano. Contudo, respaldado por decreto de estado de emergência, o governo entrou com ação na Justiça para assegurar o exercício dos médicos do Rio de Janeiro na Paraíba. A ação foi protocolada na 2ª Vara, em João Pessoa.

O secretário de Saúde do Estado, Waldson Souza, já admitiu também pedir a intervenção na entidade. O pedido será feito ao vice-presidente da Confederação Federal de Medicina, que estará em João Pessoa nesta segunda-feira (06). “O CRM tinha que estar ao lado da sociedade e de olho em eventual abuso dos médicos. Não o contrário”, declarou.

Quanto custam os plantões – No Rio de Janeiro, um médico recebe em torno de R$ 700 por um plantão de doze horas. Os médicos consideram que um plantão num sábado à noite no Rio de Janeiro é bem mais movimentado que na Paraíba.

Abaixo, veja quanto recebe cada médico por plantão em:

Amazonas – R$ 700

Alagoas – R$ 600

Ceará – entre R$ 900 e R$ 1.100

São Paulo – R$ 660

Rio Grande do Norte – R$ 918

Rio de Janeiro – R$ 700

Goiás – R$ 900

As informações estão no Blog do Luis Torres.

Blog de Luis Torres

http://www.paraiba.com.br/2011/06/04/22638-crm-tenta-impedir-contratacao-de-medicos-do-rj-e-governo-aciona-justica-governo-tambem-quer-intervencao-no-orgao