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Hospital de Curitiba – Nova escola base pode estar sendo produzida

Não faltam elementos de comparação, inclusive o comportamento mediático-policial em ação combinada. Cria-se uma situação tal que a defesa já está comprometida e a exaltação condenável do furor punitivista se exacerba.

A matéria abaixo, útil para reflexões, saiu no Observatorio da Imprensa e está em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/radios/view/gt_gt_a_imprensa_nao_e_intocavel_lt_br_gt_gt_gt_uma_nova_escola_base

Uma nova escola Base?

Embora tenha surgido de um evento extremamente grave, no qual um dos tabloides de Murdoch se envolveu em atos criminosos para aumentar seu público, a criação de uma instância externa para mediar as relações da imprensa com a sociedade cria um precedente importante a ser considerado em outros países.

A questão da liberdade de imprensa costuma ser confundida com liberdade de expressão, e, no caso dos jornais populares da Inglaterra, sempre serviu de proteção para comportamentos abusivos.

A criação do órgão regulador derruba o mito de eficiência dos sistemas de autorregulação e abre espaço para abordagens mais racionais sobre a amplitude de ações da imprensa em geral.

No Brasil, esse debate se restringe às áreas de atuação dos três principais diários de circulação nacional e ignora a ação dos títulos chamados populares, muitos dos quais pertencem às mesmas empresas que editam os grandes jornais.

Na periferia do jornalismo representado por Folha, Estadão e Globo, circulam centenas de publicações que não atendem aos mais básicos requisitos de responsabilidade, produzindo conteúdos semelhantes aos que levaram ao fechamento do News of the World.

Tais jornais costumam alugar suas páginas para grupos políticos durante os períodos eleitorais e formam redes dedicadas a espalhar boatos e dossiês que influenciam os resultados das urnas.

Além disso, convém manter na memória o casjo da Escola Base, ocorrido em 1994, quando praticamente toda a imprensa – em São Paulo, a exceção foi o extinto Diário Popular – entrou no delírio de um delegado de polícia, que acusou os donos de uma escola infantil de abusar de crianças.

Atualmente, está em curso outro caso que pode representar uma reincidência da mídia: trata-se da acusação feita a uma médica, apontada como chefe de um esquema de prática de eutanásia num hospital de Curitiba.

Embora a polícia aponte evidências, há dúvidas suficientes para aconselhar a imprensa a evitar a condenação antecipada das pessoas acusadas.

E se a polícia estiver errada

A preocupante decadência da educação médica

.         *** Fax Sindical ***         .09.12.2012

De:  Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e da Zona da Mata de MG

Data: 09 de dezembro de 2012

 

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A formação médica precisa de um tratamento de urgência

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O Brasil ficou incomodado ao descobrir que mais da metade dos estudantes de Medicina do Estado de São Paulo não conseguiu atingir a nota mínima de seis em um exame de avaliação e as deficiências que apresentaram foram muito piores nas áreas mais fundamentais, necessárias para toda e qualquer boa prática médica. 

 

A colunista da Folha de São Paulo Cláudia Colucci escreveu: “Há algo de muito errado em um país quando mais da metade dos alunos que estão concluindo o curso de medicina, no Estado mais rico e populoso da nação, não tem domínio de áreas básicas para exercer a profissão.” A matéria pode ser lida em http://www1.folha.uol.com.br/educacao/1197416-aferir-a-capacidade-dos-novos-medicos-deveria-ser-uma-questao-de-estado.shtml

 

“““ “““ E continua a Cláudia Colluci: -” Ainda que se pesem as críticas em relação à metodologia do exame, intriga o fato de não haver nenhuma mobilização dos ministérios da Saúde e da Educação para melhorar esse cenário.”.

 

“Aferir a competência técnica dos futuros médicos antes de soltá-los no mercado deveria ser uma questão de Estado, de interesse público.”

 

“Isso se torna evidente quando os resultados do “provão” revelam que as áreas de maior reprovação são as de saúde mental (41% de acertos) e pública (46%).”.

 

As palavras da colunista refletem a preocupação geral de tantas pessoas com essa deterioração progressiva da formação médica. O CREMESP revelou que o nível da prova foi de fácil para médio. Os adversários da prova escondem-se sorrateiramente em argumentos de metodologia, quando na verdade, deveriam dar sua contribuição para o aperfeiçoamento desses exames e para o melhoramento dessa educação médica que aí está.

 

A nota mínima era um simples seis e as áreas de saúde pública, clinica médica e saúde mental foram as que mais atestaram as deficiências dos formandos. Áreas básicas para o atendimento médico, diga-se com clareza.

 

O exame do CREMESP também foi matéria do Jornal Nacional, que pode ser conferida no link

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2012/12/futuros-medicos-reprovados-em-exame-vao-poder-exercer-profissao.html

 

“Mais da metade dos recém-formados nas faculdades de medicina de São Paulo foi reprovada em um exame do Conselho Regional de Medicina do estado. Mesmo assim, esse grupo vai poder exercer a profissão.”

 

“Obrigatório pela primeira vez, o exame do Cremesp, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo, teve este ano seis vezes mais participantes do que no ano passado. Mas o resultado continua ruim. Dos 2400 formandos do estado que fizeram a prova, 54,5% não atingiram a nota mínima. E ela nem era tão alta: seis. O pior é que os erros se concentraram em áreas básicas, como saúde pública e clínica médica, que ensina como atender um paciente.”

 

“É uma prova de nível fácil para médio. Aquele aluno que não consegue acertar 60% de uma prova desse tipo tem sérios problemas na sua formação e vai ter dificuldades para atender as pessoas”, aponta o presidente do Conselho Regional de Medicina-SP, Renato Azevedo Júnior.

O Cremesp não divulga os nomes e os resultados das faculdades, mas informa que os erros foram maiores em alunos de escolas privadas.”

 

A responsabilidade do Ministério da Educação foi lembrada pelo representante do CREMESP: “O Ministério da Educação também tem que assumir sua responsabilidade nessa história e tem que tomar providência no sentido, inclusive, de fechar escolas de medicina que não tem condições de formar médicos”, ressaltou Renato Júnior.”

 

O Ministério da Educação, responsável por sua própria impotência diante dessa proliferação desordenada de escolas de medicina, foi procurado pela reportagem do jornal: – ” O Ministério da Educação declarou que desconhece as bases em que foram aplicadas as provas do Conselho Regional de Medicina de São Paulo e que avalia, constantemente, as faculdades de todo o país. Segundo o ministério, o ciclo de avaliação do ensino superior é de três anos e as faculdades de medicina que já receberam notas baixas, no passado, poderão ser descredenciadas em 2013, se mantiveram o nível baixo de ensino.”

 

A resposta do Ministério da Educação parece evasiva e as declarações apresentam-se dissociadas da gravidade do problema e da necessidade de urgência para a sua solução.

 

 

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Os royalties do Pré-sal 100% para a educação. Decisão acertada?

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Teria sido uma decisão completamente acertada e justa a transferência de 100% de recursos dos royalties do pré-sal para a educação? Embora a educação necessite de recursos e seja decisiva para um futuro melhor para o pais, muitos questionam a falta de atenção para com a saúde.

 

Pesquisas em períodos pré-eleitorais demonstram que a saúde se situa entre as principais preocupações dos brasileiros e as insuficiências e dificuldades do setor são objeto de noticiário frequente, de manifestações de sindicatos, conselhos de saúde e lideranças políticas, além de uma enxurrada de ações judiciais. Portanto, há algo errado no reino da saúde e, grande parte dos problemas no setor dependem de financiamento adequado para terem um final feliz.  

 

Em entrevista publicada no jornal O Globo deste domingo, concedida ao jornalista Jorge Moreno, o ex-ministro da Saúde do Governo Lula, José Gomes Temporão, afirma que a reserva de royalties do pré-sal  só para a educação não foi uma decisão acertada e chega a dizer que isso “destruirá o SUS”.

 

A matéria foi pode ser lida na página 45 do Globo de domingo (09.12.12). O ex-ministro raciocina que está previsto que até 2030 o Brasil terá mais pessoas acima de 60 anos (40 milhões) do que adolescentes com menos de 14 anos (36 milhões), portanto terá mais pessoas para cuidar do que para educar. Na entrevista Temporão disse que “a educação não é o único desafio”.  Afirma também que “a insuficiência de recursos constrangerá um dos princípios do SUS, que é a integralidade, e ampliará a iniquidade do sistema”. Garante que a saúde é que mais perde. “O atual subfinanciamento será ainda mais agravado, e é evidente que, em uma perspectiva de médio e longo prazos, a saúde é a área que mais perde ao ser excluída dessa nova fonte de recursos”.

 

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Serviço público reproduz desigualdade social que assola o país

 

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As injustas e brutais disparidades salariais no serviço público fazem parte da observação e do senso comum da maioria dos trabalhadores do setor público. Agora repercutem na imprensa. Seguem um critério misterioso, que não consegue ser explicado pelas declarações oficiais inacreditáveis sobre o tema. Esse critério não contempla plenamente as exigências de qualificação de mão de obra, horas de escolaridade e formação e responsabilidades profissionais e dedicação exigidas. Mesmo dentro das mesmas funções e cargos existem disparidades entre poderes e esferas.

 

Esse assunto ganhou repercussão com a sua publicação na versão online do jornal “O Globo” que podia ser vista no domingo (9.12).

 

A matéria está em http://moglobo.globo.com/integra.asp?txtUrl=/emprego/estudo-mostra-que-salarios-do-servico-publico-estao-mais-desiguais-6987148

 

“Se um servidor federal ganha X, o estadual recebe metade de X e o municipal, 50% deste segundo valor. Na média, é essa a tendência das remunerações no serviço público, o que provoca uma forte disparidade entre as três esferas. Tem gestor estadual com salário inicial de R$ 3.800, e federal, com R$ 13 mil. Um médico ganhando R$ 3 mil e outro mais de R$ 7 mil em prefeituras distintas. Motorista do Senado recebendo R$ 3.200 e motorista de município, R$ 800.

Apesar de a desigualdade social vir diminuindo nos últimos anos no Brasil, a salarial está aumentando dentro do serviço público, conforme divulgado na última semana pelo Boletim de Mercado de Trabalho do Ipea. No caso dos funcionários federais, por exemplo, o Índice de Gini, que mede a concentração de renda (quanto mais perto de 1 maior a desigualdade), passou de 0,8728 para 0,8973, entre 2002 e 2009. Entre os estaduais, de 0,7510 para 0,7783; enquanto a esfera municipal registrou queda: de 0,6051 para 0,5678.

Isso mostra que funcionários de alguns cargos nos setores federais e estaduais estão ganhando mais do que os outros explica Eduardo Freguglia Daré, mestre em Teoria Econômica pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas e coautor da nota do IPEA. Por conta dessa desigualdade interna, inclusive, o funcionalismo público não contribui para a redução da desigualdade de renda.

Mil reais para médico no interior

É fácil encontrar editais de concursos que oferecem remunerações discrepantes entre cargos que exigem o mesmo nível de escolaridade e qualificação. Ou até salários para cargos que exigem ensino médio que são maiores do que outros destinados ao nível superior, com especialização.

O salário de mil reais para um médico por 20 horas de trabalho semanais é o oferecido no concurso em andamento da prefeitura de Brejo da Madre de Deus, em Pernambuco. Já o Senado paga R$ 3.202,94 a seus motoristas, como é possível consultar no Portal Transparência do órgão o site ainda registra que um analista legislativo que tenha especialidade em medicina pode ganhar R$ 20.959,99 ou, com descontos, R$ 18.277,31. A presidente Dilma Rousseff recebe, por mês, R$ 26.723,13 brutos, que caem para R$ 19.818,49.

É natural que haja hierarquia entre as diferentes esferas de poder (federal, estadual e municipal), porque cada uma tem recursos e responsabilidades diferentes afirma Mônica Pinhanez, professora da Ebape/FGV de Administração Pública e Finanças Públicas. Mas não justifica tanta diferença. Deveria haver proporções mais razoáveis.”

 

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O Fax Sindical pode ser acompanhado em http://twitter.com/faxsindical

 

Novo Jornal – Decisão do TJMG estabelece censura prévia em Minas Gerais

A censura a imprensa em Minas Gerais vem sendo motivo de preocupação de diversas autoridades locais e nacionais. Chegando ao ponto do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ayres Britto, criar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) um Fórum Nacional do Poder Judiciário e Liberdade de Imprensa para barrar as tentativas de impor censuras e processos à ação da imprensa, a partir de decisões judiciais contrárias à liberdade de imprensa. Novojornal vem há anos, praticamente desde sua criação, sofrendo diversos atentados contra seu livre funcionamento. No início as iniciativas partiram do Poder Executivo, depois da Procuradoria Geral de Justiça e agora do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Em todos os casos, a censura ocorreu atendendo os interesses de dirigentes das três instituições que, acostumados com a subserviência de alguns veículos de comunicação, entendem que seus atos e possíveis deslizes não devem ser levados a público. Infelizmente este é o pensamento de grande parte das diversas autoridades que integram os três Poderes da República e que, sem dúvida alguma, vem permitindo os absurdos que vem sendo cometidos pelos mesmos. A imprensa não tem compromisso a não ser com a verdade e a informação livre e isenta transmitida a seus leitores. Ou seja, apenas noticiamos, são estas autoridades as verdadeiras responsáveis pela notícia, pois foram suas ações que deram origem a notícia. O corporativismo, sem dúvida alguma, tem sido o pior inimigo da Liberdade de Imprensa. Neste caso, a decisão do desembargador chegou ao absurdo de textualmente determinar: “…e impedir que outras matérias ofensivas a honra do agravante sejam publicadas, a não ser acompanhadas da cópia autenticada de onde foram retiradas e sem emitir qualquer juízo de valor sobre seu conteúdo….”. É o término do direito à liberdade de expressão e do estado de direito. A este respeito à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em respaldo à Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão, adotou a seguinte Declaração de Princípios: – Reafirmando a necessidade de assegurar no hemisfério o respeito e a plena vigência das liberdades individuais e os direitos fundamentais dos seres humanos por meio de um estado de direito; – Conscientes de que a consolidação e o desenvolvimento da democracia dependem da existência de liberdade de expressão; – Persuadidos de que o direito à liberdade de expressão é essencial para o desenvolvimento do conhecimento e do entendimento entre os povos, que conduzirão a uma verdadeira compreensão e cooperação entre as nações do hemisfério; – Convencidos de que, quando se impede o livre debate de idéias e opiniões, se limita a liberdade de expressão e o efetivo desenvolvimento do processo democrático; -Convencidos de que, garantindo o direito ao acesso a informações em poder do Estado, se consegue uma maior transparência nos atos do governo, assegurando-se as instituições democráticas; – Recordando que a liberdade de expressão é um direito fundamental reconhecido na Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e na Convenção Americana sobre Direitos Humanos, na Declaração Universal de Direitos Humanos, na Resolução 59(I) da Assembléia Geral das Nações Unidas, na Resolução 104 adotada pela Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, e em outros instrumentos internacionais e constituições nacionais; – Reconhecendo que os princípios do Artigo 13 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos representam o marco legal a que se encontram sujeitos os Estados Membros da Organização dos Estados Americanos; – Reafirmando o Artigo 13 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, que estabelece que o direito à liberdade de expressão compreende a liberdade de buscar, receber e difundir informações e idéias sem consideração de fronteiras e por qualquer meio de transmissão; – Considerando a importância da liberdade de expressão para o desenvolvimento e a proteção dos direitos humanos, o papel fundamental que lhe atribui a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e o pleno apoio com que contou a criação da Relatoria para a Liberdade de Expressão, como instrumento fundamental para a proteção deste direito no hemisfério, na Cúpula das Américas realizada em Santiago do Chile; – Reconhecendo que a liberdade de imprensa é essencial para a realização do pleno e efetivo exercício da liberdade de expressão e instrumento indispensável para o funcionamento da democracia representativa, mediante a qual os cidadãos exercem seu direito a receber, divulgar e buscar informação; – Reafirmando que os princípios da Declaração de Chapultepec constituem um documento básico que contempla as garantias e a defesa da liberdade de expressão, a liberdade e a independência da imprensa e o direito à informação; – Considerando que a liberdade de expressão não é uma concessão dos Estados, mas um direito fundamental; – Reconhecendo a necessidade de proteger efetivamente a liberdade de expressão nas Américas, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em respaldo à Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão, adota a seguinte Declaração de Princípios: PRINCÍPIOS 1. A liberdade de expressão, em todas as suas formas e manifestações, é um direito fundamental e inalienável, inerente a todas as pessoas. É, além disso, é um requisito indispensável para a própria existência das sociedades democráticas. 2. Toda pessoa tem o direito a buscar, receber e divulgar livremente informações e opiniões em conformidade com o que estipula o artigo 13 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos. Todas as pessoas devem ter igualdade de oportunidades para receber, buscar e divulgar informação por qualquer meio de comunicação sem discriminação, por nenhum motivo, inclusive os de raça, cor, religião, sexo, idioma, opiniões políticas ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou social, posição econômica, nascimento ou qualquer outra condição social. 3. Toda pessoa tem o direito a ter acesso às informações sobre si mesma ou seus bens de forma expedita e não onerosa, contidas em bancos de dados, registros públicos ou privados e, caso seja necessário, atualizá-las, retificá-las e/ou emendá- las. 4. O acesso à informação em poder do Estado é um direito fundamental dos indivíduos. Os Estados estão obrigados a garantir o exercício deste direito. Este princípio só admite limitações excepcionais, que devem ser estabelecidas com antecedência pela lei, como em casos em que exista um perigo real e iminente que ameace a segurança nacional em sociedades democráticas. 5. A censura prévia, interferência ou pressão direta ou indireta sobre qualquer expressão, opinião ou informação divulgada por qualquer meio de comunicação oral, escrito, artístico, visual ou eletrônico deve ser proibida por lei. As restrições na circulação livre de idéias e opiniões, bem como a imposição arbitrária de informações e a criação de obstáculos ao livre fluxo informativo, violam o direito à liberdade de expressão. 6. Toda pessoa tem o direito a comunicar suas opiniões por qualquer meio e forma. A afiliação obrigatória a órgãos de qualquer natureza ou a exigência de títulos para o exercício da atividade jornalística constituem uma restrição ilegítima à liberdade de expressão. A atividade jornalística deve reger-se por condutas éticas, que em nenhum caso podem ser impostas pelos Estados. 7. Condicionamentos prévios, como veracidade, oportunidade ou imparcialidade, por parte dos Estados são incompatíveis com o direito à liberdade de expressão reconhecido nos instrumentos internacionais. 8. Todo comunicador social tem direito a não revelar suas fontes de informação, anotações e arquivos pessoais e profissionais. 9. O assassinato, o seqüestro, a intimidação e a ameaça a comunicadores sociais, bem como a destruição material dos meios de comunicação, violam os direitos fundamentais das pessoas e restringem severamente a liberdade de expressão. É dever dos Estados prevenir e investigar esses fatos, punir seus autores e assegurar às vítimas uma reparação adequada. 10. As leis de privacidade não devem inibir nem restringir a pesquisa e divulgação de informações de interesse público. A proteção à reputação deve estar garantida por meio de apenas punições civis nos casos em que a pessoa ofendida seja um funcionário público ou pessoa pública ou particular que tenha se envolvido voluntariamente em assuntos de interesse público. Nesses casos, deve provar-se que o comunicador, na divulgação das notícias, teve a intenção de infligir dano ou o pleno conhecimento de que estava divulgando notícias falsas, ou se conduziu com manifesta negligência na busca de sua verdade ou falsidade. 11. Os funcionários públicos estão sujeitos a um fiscalização mais rigorosa por parte da sociedade. As leis que penalizam a expressão ofensiva dirigida a funcionários públicos, geralmente conhecidas como “leis de desacato”, atentam contra a liberdade de expressão e o direito à informação. 12. Os monopólios ou oligopólios na propriedade e no controle dos meios de comunicação devem estar sujeitos a leis antimonopólio, pois conspiram contra a democracia ao restringir a pluralidade e a diversidade que asseguram o pleno exercício do direito à informação dos cidadãos. Em nenhum caso essas leis devem ser exclusivas para os meios de comunicação. As concessões de rádio e televisão devem obedecer a critérios democráticos que garantam a igualdade de oportunidades para todos os indivíduos em seu acesso. 13. A utilização do poder do Estado e dos recursos da fazenda pública, a isenção de direitos aduaneiros, a entrega arbitrária e discriminatória de contas de publicidade oficial e créditos oficiais, a concessão de estações de rádio e televisão, entre outras coisas, com o objetivo de pressionar e punir ou premiar e privilegiar os comunicadores sociais e os meios de comunicação em função de suas linhas informativas atentam contra a liberdade de expressão e devem ser expressamente proibidos pela lei. Os meios de comunicação social têm o direito de realizar seu trabalho de forma independente. Pressões diretas ou indiretas que têm como finalidade silenciar o trabalho informativo dos comunicadores sociais são incompatíveis com a liberdade de expressão. http://www.novojornal.com/politica/noticia/decisao-do-tjmg-estabelece-censura-previa-em-minas-gerais-31-05-2012.html

Flexibilidade de jornada avança no mundo do trabalho e hseante otimização

As corporações econômicas privadas, que visam liverô e que são responsáveis por setores mais dinâmicos e avançados da economia, tem usado modelos de flexibilização com ótimos resultados, no Brasil e no mundo. Mas, na tradição escravocrata e fordista, autoridades e imprensa conservadora tem adotado o legalismo covarde das biometrias e do policiamento sistemático das cargas horárias. São tendências que ainda vão disputar por décadas.

Flexibilidade de jornada otimiza o trabalho e garante bons resultados

Qua, 13 de Abril de 2011 – 18:29h

Companhias que oferecem flexibilidade de horários têm funcionários mais engajados e satisfeitos. Levantamento global realizado com 3.300 gerentes e profissionais mostra que políticas nesse sentido ajudam a levantar os índices de retenção nas organizações em 25% no caso dos homens e em 40% entre as mulheres.

O estudo indica que quanto mais específicos e customizados forem esses programas para atender os diferentes perfis dos colaboradores, melhores serão os resultados para as empresas.

“Oferecer essas alternativas aumenta significativamente o bem-estar dos trabalhadores, mas é preciso entender quais modelos se encaixam melhor para cada um deles”, afirma Marcial Rapela, sócio da consultoria Bain & Company, responsável pela pesquisa.

No caso da IBM, empresa que possui 400 mil funcionários em todo o mundo, oferecer programas customizados de flexibilidade foi a solução para atender às necessidades de pessoas que trabalham em turnos deslocados ou em cidades onde não há escritórios da companhia, por exemplo.

Gabriela Herz Francoio, gerente do programa de diversidade da empresa, afirma que uma das alternativas mais populares é o home office, praticado por pelo menos 10% dos colaboradores no Brasil e no mundo.

Até mesmo dentro desse sistema existe maleabilidade. Para algumas pessoas há possibilidade de alternar dias de trabalho em casa e no escritório. “É uma forma de usufruir dos benefícios do trabalho em casa sem perder o contato com o escritório”, afirma Gabriela, que também aderiu à prática duas vezes por semana.

A IBM possibilita a negociação de uma semana ou um dia de trabalho mais flexível – o profissional pode entrar mais tarde, sair mais cedo e até mesmo compensar horas não trabalhadas em outro dia -, além de licenças não remuneradas que podem durar até 3 anos.

Cada tipo de flexibilidade, porém, possui um público “ideal”, que muda de acordo com o momento pessoal e de carreira.

Segundo a pesquisa, existem funcionários que abrem mão de crescer rapidamente na empresa para trabalhar menos horas e ter uma rotina mais planejada. Outros são mais ambiciosos e buscam desafios e resultados, mesmo que isso signifique um dia a dia imprevisível.

Na DuPont, empresa do setor têxtil com 2.500 funcionários no Brasil, há opções como licenças não remuneradas, que atendem desde profissionais que querem se dedicar temporariamente aos estudos a mães que desejam estender a licença maternidade além do tempo regulamentar.

Também existe a possibilidade de mudar os horários de entrada e saída do trabalho, caso o profissional tenha que deixar os filhos na escola ou queira fugir do trânsito. Segundo Claudia Pohlmann, diretora de RH da empresa, a ideia é reforçar o conceito de equilíbrio entre vida pessoal e profissional. “Na prática, todos os públicos são receptivos e valorizam algum tipo de flexibilidade.”

Mesmo assim, existe uma parcela de trabalhadores que ainda resiste na hora de aderir a essas políticas. Na indústria de engenharia SKF, empresa com 980 funcionários no Brasil, há aqueles que não abrem mão de ficar no escritório. A empresa implementou o home office para as áreas administrativas há três anos.

De acordo com Antonio Boueri, diretor de RH da companhia, essa é uma alternativa normalmente rejeitada por profissionais que precisam do contato diário com os colegas ou que não têm um ambiente adequado em casa para trabalhar. “Na área comercial, é uma prática bem recebida. Para as demais, existe desde inadequação até preocupação de parecer pouco importante ou desprestigiado”, afirma.

No caso dos funcionários mais jovens, porém, a visão já começa a mudar. Segundo Boueri, eles são os que melhor se adaptam a esse tipo de programa oferecido pela empresa. Um dado do levantamento confirma a tendência: 86% dos profissionais de até 30 anos esperam algum tipo de flexibilidade de seus empregadores.

Desenvolver projetos que ofereçam maleabilidade de horários, no entanto, não é suficiente. Segundo Rapela, da Bain & Company, é importante que os funcionários sejam estimulados a usá-los.

A pesquisa mostra que, em média, 60% das empresas possuem algum modelo flexível, mas apenas 18% delas têm essas opções aproveitadas amplamente pelos profissionais. “É importante deixar claro que as pessoas que optam por essa possibilidade não perderão oportunidades de carreira e nem o respeito de colegas, clientes e chefes”, diz.

A diretora de RH da DuPont afirma que afastar essa preocupação foi parte de um projeto de educação da empresa. Em 1994, quando deu início aos programas de flexibilidade, a companhia elaborou um guia que ajudava as pessoas a enfrentar a nova realidade e a entender o que era o home office.

Hoje, essa política está totalmente incorporada pelos profissionais. “O conceito evoluiu muito. O profissional percebe que não estar fisicamente no escritório não o afasta do time”, afirma. (Fonte: Valor Econômico)
http://www.diap.org.br/index.php/noticias/agencia-diap/16692–flexibilidade-de-jornada-otimiza-o-trabalho-e-garante-bons-resultados-

Tostão contra milhão: Paralisação nacional dos médicos contra planos de saúde desperta reações

Não causa espanto que a paralisação nacional dos médicos no próximo sete de abril cause reações. Os planos de saúde, enriquecidos pela exploração desenfreada do trabalho médico, acumulam forças poderosas. Essas forças se mostram pelo volumoso espaço publicitário ocupado pelos planos de saúde em veículos de comunicação. Patrocinam até equipes esportivas e eventos. No parlamento, alinham um poderoso lobby. Das mãos dos senhores dos planos de saúde pinga muito dinheiro.

Essa luta contra os barões da saúde suplementar é uma vedadeira luta do tostão contra o milhão e de David contra Golias. Não devem os médicos perder de vista o fato de que estão diante de um inimigo poderoso que irá usar seus numerosos recursos para desgastar toda uma classe de profissionais. Esse bombardeio pode vir de forma dissimulada, como em programas televisivos que sugerem que os médicos sejam os culpados pela deterioração da saúde pública ( o que é um café requentado ) ou sob a forma de ataques mais grosseiros e diretos aos direitos sociais de expressão e mobilização da categoria.

Mostramos abaixo uma página que ilustra o tipo de reação que o movimento médico suscita. As razões últimas e causas determinantes desse tipo de reação infelizmente nos são desconhecidas ou obscuras.
http://fiorisemcensura.com.br/?p=2005

Mas existe o outro lado. Para informações oficiais sobre o movimento sugerimos consultar o site

Ato público em Juiz de Fora exige nomeação de médicos pela Prefeitura

Moradores do Jardim Esperança, na Zona Norte de Juiz de Fora (MG), fizeram mais uma manifestação em frente à Unidade de Atenção Primária à Saúde ( Uaps) do bairro, em razão da carência de médicos para atender às demandas da comunidade. O assunto, bem grave, furou as barreiras do silêncio da cumplicidade e saiu publicado na imprensa local. O bairro citado não é o único prejudicado pela carência de profissionais. Muitas outras manifestações têm ocorrido. A atual administração municipal, chefiada pelo Prefeito tucano Custódio de Matos não tem conseguido reverter o atual quadro negativo. O serviço público municipal não se torna capaz de atrair médicos devido a condições precárias de trabalho e salários desanimadores. O acordo que a prefeitura fez com os médicos em 2009, visando atenuar o problema com a reestruturação de um plano de cargos carreira e remuneração para os médicos municipais não foi cumprido.

A própria administração tucana admite, minimizando o problema, um déficit de 21 profissionais para completar o programa de saúde da família. Por problemas ou irregularidades na gestão a Prefeitura de Juiz de Fora recebeu sanções. O repasse federal foi cortado.

Em declaração a um jornal local, a subsecretaria encarregada dos postos de saúde reconhece que “faltam profissionais interessados”. O subsecretário que dirige as unidades de urgência também admite a dificuldade em achar interessados na especialidade de pediatria para as unidades de urgência. E que no Hospital de Pronto Socorro (HPS) a escala de plantão permanece incompleta.

Ao iniciar a campanha salarial de 2011, o Sindicato dos Médicos espera que a Prefeitura negocie com seriedade, pois os atuais hóspedes do poder têm responsabilidade intransferível e inalienável sobre essa deterioração dos negócios públicos da saúde.

Juiz de Fora: Sindicato dos Médicos convoca Assembléia Geral Extraordinária.

_______ FAX SINDICAL 259_______

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Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora.

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N° 259 – Ano V – 05 de maio 2010

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MUITO IMPORTANTE: ASSEMBLÉIA DOS MÉDICOS DA PREFEITURA DE JUIZ DE FORA.

 

***AVISO SINDICAL***

 

Atenção Médicos da Prefeitura de Juiz de Fora.

 

ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA.

 

Divulguem para todos os colegas:

 

Dia 13 de maio de 2010, a partir de 19 horas e 30 minutos, vai acontecer na Sociedade de Medicina e Cirurgia de Juiz de Fora, Rua Braz Bernardino, 59, uma Assembléia Geral Extraordinária tendo como pauta a campanha salarial 2010 na Prefeitura de Juiz de Fora. A presença de todos é importante para mostrar a força da categoria profissional. Divulgue. Participe. Mobilize-se.

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Prefeitura de Juiz de Fora: Servidores Públicos Municipais em campanha unificada.

 

ASSEMBLÉIA UNIFICADA DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS – DIA 12 DE MAIO ÀS 10 HORAS NA PRAÇA DA ESTAÇÃO. COMPAREÇA!

 

Sindicalistas rejeitam reajuste de 7%, reivindicam presença do Prefeito e recusam discussão de pauta específica até definição de um índice linear satisfatório para toda a categoria.

 

Em reunião realizada no dia 03 de maio, os representantes dos sindicatos envolvidos com a Prefeitura reafirmaram a disposição de não aceitar discussões que envolvam questões específicas de pauta antes de esgotada a discussão do índice de reajuste linear, a ser aplicado a todos os servidores.

 

No dia seguinte, representantes de todos os sindicatos envolvidos na negociação compareceram à Prefeitura, para dizer ao Secretário Vitor Valverde que a questão do índice precisa estar resolvida antes da discussão de pautas específicas e para reafirmar a reivindicação da presença do Prefeito nas negociações.

 

Dia 12 de maio haverá uma assembléia unificada do funcionalismo, com paralisação. No dia seguinte, 13/5, os médicos da Prefeitura deverão se reunir com a diretoria do Sindicato dos Médicos para uma avaliação do movimento.

 

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Sindicato dos Médicos denuncia deterioração do SUS em Juiz de Fora.

 

Em reuniões e na Imprensa:

Presidente do Sindicato dos Médicos denuncia más condições de atendimento e remuneração e expõe a grave deterioração do SUS que decorre dessa dura realidade.

 

Em entrevista concedida à TV Panorama, no dia 03 de maio, o Presidente do Sindicato dos Médicos, Dr. Gilson Salomão, expôs para a opinião pública e autoridades de Juiz de Fora a gravidade da crise que se abate sobre o SUS local, afetando especialmente os serviços de urgência e emergência.

 

Esses problemas são conhecidos da população, por renderem sucessivas notícias na nossa imprensa.

 

A falta de plantonistas foi um dos temas mais graves. Enquanto Dr. Gilson concedia a entrevista, no HPS havia apenas um plantonista de Clínica Médica e na Regional Leste nenhum.

 

O serviço de Cirurgia do HPS já havia se queixado ao CRM da falta de profissionais e da escala incompleta. O problema se arrasta até hoje sem solução. A Regional Norte não está tendo pediatra no final de semana e os profissionais do PAI, sobrecarregados, já falam em demissão. A idéia de demissão também está na agenda de muitos profissionais do serviço de Traumatologia do HPS. A emergência psiquiátrica passou o último fim de semana sem médico, o que agravou ainda mais os sofrimentos e dificuldades de pacientes e familiares dessa área, que já sofre com grave falta de recursos assistenciais.

 

Não há como negar que a remuneração médica no serviço público, a falta de uma perspectiva de carreira nos serviços públicos municipais, são fatores que pesam. Não são atrativos para os médicos e nem os fixam no SUS. Negar isso seria cinismo ou indiferença criminosa.

 

No mesmo dia o Presidente do Sindicato reuniu-se com representantes dos conselhos de saúde da Zona Norte, ouvindo queixas e denúncias contra as graves condições da assistência naquela região e esclarecendo os interlocutores quanto aos graves problemas que rondam, cada vez mais, o SUS de Juiz de Fora.

 

A opinião pública e as autoridades estão cientes da existência do problema e de sua gravidade. A população está cansada do sofrimento decorrente dessa grave situação. Esperam-se providências e responsabilidade.

 

A DITADURA DOS BACHARÉIS E O RETROCESSO DAS INSTITUIÇÕES.

A DITADURA DOS BACHARÉIS.

A magistratura não tem um só de seus representantes eleitos pelo voto popular. Todos os cargos são preenchidos por concursos públicos promovidos e dirigidos pela própria corporação. As boas vantagens da carreira jurídica, sua autoridade, sua autonomia, seu poder, seus excelentes salários e seu destaque na vida da república nos indica que vivemos em uma república de bacharéis. Agora, as coisas parecem estar piorando. A república dos bacharéis parece estar se transformando em ditadura dos bacharéis, onde juízes podem qualquer coisa, inclusive influir nos rumos de uma sociedade sem que tenham sido eleitos para isto. O artigo do sociólogo português Boaventura de Souza Santos coloca em evidência o poderio dessa força que sobre todas se alevanta no governo da nação. Convém lembrar o papel dos bacharéis no golpe aplicado contra o Presidente Zelaya em Honduras. Lembrem-se de que lado ficaram magistrados e procuradores e outros bacharéis laureados por poderes imensos e gordos salários.

Colunista:Boaventura de Sousa Santos28/12/2009

DEBATE ABERTO
A contra-revolução jurídica
Está em curso uma contra-revolução jurídica em vários países latino-americanos. É possível que o Brasil venha a ser um deles. Trata-se de uma forma de ativismo judiciário conservador que consiste em neutralizar, por via judicial, muito dos avanços democráticos que foram conquistados ao longo das duas últimas décadas.
Data: 21/12/2009
Está em curso uma contra-revolução jurídica em vários países latino-americanos. É possível que o Brasil venha a ser um deles. Entendo por contra-revolução jurídica uma forma de ativismo judiciário conservador que consiste em neutralizar, por via judicial, muito dos avanços democráticos que foram conquistados ao longo das duas últimas décadas pela via política, quase sempre a partir de novas Constituições. Como o sistema judicial é reativo, é necessário que alguma entidade, individual ou coletiva, decida mobilizá-lo. E assim tem vindo a acontecer porque consideram, não sem razão, que o Poder Judiciário tende a ser conservador. Essa mobilização pressupõe a existência de um sistema judicial com perfil técnico-burocrático, capaz de zelar pela sua independência e aplicar a Justiça com alguma eficiência. A contra-revolução jurídica não abrange todo o sistema judicial, sendo contrariada, quando possível, por setores progressistas. Não é um movimento concertado, muito menos uma conspiração. É um entendimento tácito entre elites político-econômicas e judiciais, criado a partir de decisões judiciais concretas, em que as primeiras entendem ler sinais de que as segundas as encorajam a ser mais ativas, sinais que, por sua vez, colocam os setores judiciais progressistas em posição defensiva. Cobre um vasto leque de temas que têm em comum referirem-se a conflitos individuais diretamente vinculados a conflitos coletivos sobre distribuição de poder e de recursos na sociedade, sobre concepções de democracia e visões de país e de identidade nacional. Exige uma efetiva convergência entre elites, e não é claro que esteja plenamente consolidada no Brasil. Há apenas sinais, nalguns casos perturbadores, noutros que revelam que está tudo em aberto. Vejamos alguns. Ações afirmativas no acesso à educação de negros e índios Estão pendentes nos tribunais ações requerendo a anulação de políticas que visam garantir a educação superior a grupos sociais até agora dela excluídos. Com o mesmo objetivo, está a ser pedida (nalguns casos, concedida) a anulação de turmas especiais para os filhos de assentados da reforma agrária (convênios entre universidades e Incra), de escolas itinerantes nos acampamentos do MST, de programas de educação indígena e de educação no campo. Terras indígenas e quilombolas A ratificação do território indígena da Raposa/Serra do Sol e a certificação dos territórios remanescentes de quilombos constituem atos políticos de justiça social e de justiça histórica de grande alcance. Inconformados, setores oligárquicos estão a conduzir, por meio dos seus braços políticos (DEM, bancada ruralista), uma vasta luta que inclui medidas legislativas e judiciais. Quanto a estas últimas, podem ser citadas as “cautelas” para dificultar a ratificação de novas reservas e o pedido de súmula vinculante relativo aos “aldeamentos extintos”, ambos a ferir de morte as pretensões dos índios guarani, e uma ação proposta no STF que busca restringir drasticamente o conceito de quilombo. Criminalização do MST Considerado um dos movimentos sociais mais importantes do continente, o MST tem vindo a ser alvo de tentativas judiciais no sentido de criminalizar as suas atividades e mesmo de dissolvê-lo, com o argumento de ser uma organização terrorista. E, ao anúncio de alteração dos índices de produtividade para fins de reforma agrária, que ainda são baseados em censo de 1975, seguiu-se a criação de CPI específica para investigar as fontes de financiamento do movimento. A anistia dos torturadores na ditadura Está pendente no STF uma Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental proposta pela OAB requerendo que se interprete o artigo 1º da Lei da Anistia como inaplicável a crimes de tortura, assassinato e desaparecimento de corpos praticados por agentes da repressão contra opositores políticos durante o regime militar. Essa questão tem diretamente a ver com o tipo de democracia que se pretende construir no Brasil: a decisão do STF pode dar a segurança de que a democracia é para defender a todo custo ou, pelo contrário, trivializar a tortura e execuções extrajudiciais que continuam a ser exercidas contra as populações pobres e também a atingir advogados populares e de movimentos sociais. Há bons argumentos de direito ordinário, constitucional e internacional para bloquear a contra-revolução jurídica. Mas os democratas brasileiros e os movimentos sociais também sabem que o cemitério judicial está juncado de bons argumentos.

MÉDICOS DEVEM RECHAÇAR O ACHINCALHE

De: Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora.
Data: 22 de maio de 2009.

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AOS MÉDICOS DA PJF, PROFISSIONAIS DE SAÚDE E USUÁRIOS DO SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE.
ATENÇÃO!ATENÇÃO!ATENÇÃO!ATENÇÃO!

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<i>MÉDICOS DA PREFEITURA TEM QUE DAR UM BASTA AO ACHINCALHE!

DECLARAÇÃO DE CORTE DE PONTO É A DECLARAÇÃO DE INIMIZADE ENTRE A ADMINISTRAÇÃO DE CUSTÓDIO DE MATOS E OS MÉDICOS DA PREFEITURA DE JUIZ DE FORA. É INJUSTIFICADA A IGNORÂNCIA DO SECRETÁRIO VÍTOR VALVERDE SOBRE A CARGA HORÁRIA ESPECIAL DOS MÉDICOS. Ignorar a Lei não é argumento válido..

Como é do conhecimento público os médicos da Prefeitura de Juiz de Fora realizarão uma paralisação nos dias 26, 27 e 28 de maio de 2009 (terça e quarta e quinta-feira). Na quarta-feira, dia 28 de maio, às 10 (dez) horas da manhã haverá nova Assembléia na Sociedade de Medicina e Cirurgia. Essa Assembléia terá convocação especial, por edital, porque terá a prerrogativa de decretar greve dos médicos da Prefeitura de Juiz de Fora.
O Sindicato dos Médicos já expediu convites a todos os vereadores, em especial os vereadores médicos e os que integram a Comissão de Saúde da Câmara, para que compareçam à nossa próxima Assembléia. Aguardaremos as presenças.
O nosso movimento uniu as entidades médicas, tendo tido participação em nossas Assembléias do presidente da Sociedade de Medicina, Dr. Jairo Silvério, e do representante do CRMMG, Dr. José Nalon. Égrande o apoio e solidariedade que estamos recebendo da sociedade civil, da opinião pública e também apoio político ao nosso movimento. Muitos médicos tem sido ativos em esclarecer a amigos, colegas de trabalho, pacientes, familiares sobre as razões do nosso movimento. Estamos plenamente justificados. A visibilidade pública do nosso movimento é muito grande. Diante de nós, atéagora, a administração municipal tem mostrado uma intransigência constrangedora.
O Sindicato dos Médicos reitera a todos os profissionais a importância da presença na Assembléia. Solicita a todos os médicos que sejam agentes de mobilização e divulgação de nossa luta.
A administração Custódio de Matos, pela voz do Secretário de Administração, ameaça os médicos com cortes nos salários ruins que pagam. Isso demonstra o seu desrespeito pelas nossas reivindicações e a disposição para o confronto.
Orientamos a todos os médicos que não compareçam a seus locais de trabalho - unidades básicas de saúde e serviços de atenção secundária (PAM's, Institutos, Departamentos, Caps, ambulatórios e outros) nos dias de paralisação.

ESCLARECEMOS QUE PARALISAÇÃO NÃO É FALTA.
SOLICITAMOS DIVULGAR ESSE DOCUMENTO.
ESSA COMUNICAÇÃO PODE SER IMPRESSA, DISTRIBUIDA OU AFIXADA EM LUGARES PÚBLICOS.

Liberdade de imprensa ameaçada em Minas Gerais.

Mais uma vez a liberdade de imprensa em Minas é posta em causa. No eixo do confronto estão o Novojornal e setores do Ministério Público. A matéria do jornal denuncia o poder que alguns segmentos tem de construírem um verdadeiro tribunal de excessão para causas que os interessem. A vítima é a liberdade de informação on-line e a própria liberdade de imprensa. Saiba mais:

Desembargadores do TJMG, oriundos do Ministério Público, violam o Regimento Interno do Tribunal e a Constituição Federal

Diante da negativa de diversos desembargadores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), oriundos da carreira da Magistratura e não pertencentes ao quinto constitucional do Ministério Público, em ratificar os atos de violência praticados pela promotora Dra. Vanessa Fusco, na condução do inquérito aberto contra o Novojornal por determinação do ex-procurador geral de Justiça Jarbas Soares.

Partidários e ex-companheiros de carreira do ex-procurador que integram o Tribunal de Justiça mineiro, ao arrepio da lei e afrontando o regime democrático, reintroduziram uma prática utilizada apenas em períodos de exceção, como no período do golpe de 64.

A convocação incorreta do desembargador Edwal José de Morais, contrariando o art. 70 § 3º II, do Regimento Interno do Tribunal, somada ao impedimento dos desembargadores Márcia Milanez e Eduardo Brum, por serem interessados na absolvição de seu colega procurador Jarbas Soares, além da participação do desembargador Edelberto Santiago, irmão do promotor Francisco de Assis Santiago, amigo pessoal de Jarbas e inimigo declarado do Novojornal, após a publicação de reportagem denunciando sua omissão na condução do processo relativo à morte da modelo Cristiane em um Flat de Belo Horizonte.

Quando esposas de autoridades mineiras suspeitas de participarem da morte da modelo, o ex-ministro federal, embora intimado na época, deixou de depor por intervenção do procurador da República Aristides Junqueira. Transformaram a 1ª Câmara Criminal do TJMG em “Tribunal de Exceção”.

Há pouco mais de um mês, Novojornal já havia apresentando diversos documentos ao juiz da Vara de Inquéritos da capital comprovando o impedimento e a suspeição da promotora Vanessa Fusco em presidir o inquérito.

Diante da inexistência de provas que fundamentassem sua queixa, a promotora junto com o Tenente Coronel Praxedes, da PM, comandante do serviço de grampo clandestino montado pelo Ministério Público Estadual para municiar o Palácio da Liberdade de informações, partiram para as ameaças e intimidações, inclusive dos advogados que defendem o Novojornal.

Diante destas ocorrências, os advogados representaram perante a OAB-MG e a Corregedoria de Justiça do TJMG.

Conforme constante da última alegação da promotora Vanessa Fusco, na Vara de Inquéritos, ficou claro que a mesma pretende apenas a censura do Novojornal, principalmente em relação ao procurador Jarbas Soares.

No último dia 5 de janeiro, o Diretor Responsável do Novojornal protocolou uma
“Reclamação” dirigida ao Presidente do TJMG, Desembargador Sérgio Resende, para que o mesmo anulasse os atos praticados pelo “Tribunal de Exceção”, em relação ao Mandado de Segurança impetrado.

A distribuição desta Reclamação, “por coincidência”, foi feita para o desembargador Renato Martins Jacob, ex-procurador e corregedor geral do Ministério Público mineiro.

O escritório de advocacia que assessora o Novojornal deve receber ainda esta semana parecer de dois ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito da possibilidade de solicitação de Intervenção Federal por quebra do Regime Democrático em Minas Gerais.

O que até agora era prática do Ministério Público, Executivo e Assembléia Legislativa de Minas estendeu-se para o Judiciário. “Com o comportamento agora adotado por integrantes do Poder Judiciário, as coisas ficaram mais sérias”, alega o ex-ministro.



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06/01/2009, 13:46 – Tribunal de Exceção para o Novojornal

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